Colunistas / Política
Tasso Franco

PRIMEIROS MOVIMENTOS DA SUSCESSÃO MUNICIPAL EM ITABUNA

Corrida começa com 8 candidatos
21/08/2011 às 20:00
Foto: BJÁ
Deputado Augusto Castro (PSDB) é provável candidato na aliança Castro/Santana/Fernando
 Há um sentimento em Itabuna de que a população gostaria de experimentar um "sangue novo" na Prefeitura Municipal, eleito em 2012. 

 Em princípio, teria cansado dos políticos tradicionais e desejaria muito que houvesse uma renovação, ainda que, no esboço inicial da sucessão ao prefeito capitão Azevedo (DEM), o próprio Azevedo é o candidato natural à reeleição, e a petista Juçara Feitosa, esposa do deputado federal e ex-secretário da Agricultura, Geraldo Simões (PT), é apontada como sua principal adversária.

  Nos bastidores, no entanto, a sucessão está em andamento com conversas entre as forças políticas locais. E, diz-se que, preliminarmente, para onde pender as três novas forças políticas, deputado estadual Augusto Castro (PSDB), deputado estadual coronel Santana (PTN) e o vereador Venceslau Jr (PCdoB), e mais uma aliança com o "fiel da balança" ex-prefeito Fernando Gomes (PMDB), o quadro pode se alterar.

  Ou seja, a sucessão itabunense não se resumiria, como aconteceu em 2008, numa disputa entre Azevedo x Juçara.
 
  Ao que se registra em Itabuna, nas eleições legislativas de 2010, Azevedo apoiou a candidatura do deputado federal Luis Argolo (PP) e os candidatos a estadual ficaram "soltos". Mas, consentiu que forças municipais apoiassem Venceslau Jr a deputado, pelo PCdoB, com o objetivo de enfraquecer Geraldo, seu principal adversário.

  Em parte, obteve êxito, nessa manobra. Venceslau obteve 13 mil votos e não conseguiu se eleger deputado, mas, diante de tal "milharal" de sufrágios, passou a ser prefeiturável, em 2012.

  Como o PCdoB planeja lançar nomes competitivos nos municípios de maior densidade eleitoral e Itabuna Venceslau é pré-candidato. Comenta-se, ainda, que outro nome do PCdoB seria Davidson Magalhães, presidente da Bahiagás, o qual andou em Itabuna, recentemente, inaugurando uma central de gás.

  Ora, se isso acontecer, haveria uma fragmentação nas forças da base do governo estadual (PT/PCdoB), com dois nomes num mesmo segmento (Juçara + Venceslau), o que aumentaria as chances de Azevedo e/ou de Augusto Castro e Santana.

  Um terceiro nome do PT, vereador Vane do Renascer, sem espaço diante do controle partidário sistemático de Geraldo Simões, uma espécie de dono abosluto da legenda, vive engessado e estaria de mudanças para o PRB, onde se apresentaria como pré-candidato do segmento evangélico IURD.

  Essa é uma equação perfeita para Azevedo.

  O prefeito atravessou seus dois primeiros anos de mandato entre altos e baixos. Mais baixos do que alto. Mas, atualmente, é voz corrente, que melhorou sua administração, recebeu o aval de ACM Neto para se manter no DEM depois que esnobou Paulo Souto na campanha de 2010, não subindo na caminhonete durante a visita de Souto a Itabuna, e trabalha como uma formiguinha na periferia e na zona rural do município, fazendo obras, operando na política e comendo pelas beiradas. Recentemente, cooptou o vereador Roberto Souza (PR).

  Ademais, fora a rejeição de suas contas pelo TCM, em 2009, o que poderá ser revertida pela Câmara Municipal, onde tem maioria relativamente folgada, não há "escândalos" ou "atos de corrupção" no seu governo, e sua gestão tem sido beneficiada, até pelo porte de Itabuna, por obras do governo federal que acabam, também, o beneficiando.

  Azevedo não tem boas relações com a midia local, considerado "queixo duro" e mal pagador, mas, ainda assim, isso não desabonaria sua administração caso houvesse um movimento nessa direção.

  O ponto chave para Azevedo é conseguir o apoio dos deputados Augusto Castro e coronel Santana, ambos os quais, já confidenciaram ao BJÁ que "estão com nomes postos pré-candidatos a prefeito". 

 Mas, também não descartam um apoio a Azevedo, pois, inclusive participam do governo municipal, Castro referendando o nome do secretário da Saúde, Geraldo Majela e votando projetos do prefeito na Câmara com sua irmã vereadora Rose Castro; e Santana com a irmã Gilnai presidenta do Hospital de Base.

  Castro obteve 8 mil votos para deputado e Santana 12.000. Se unidos com apoio de Fernando Gomes, o qual não estaria satisfeito com o desempenho político de Azevedo, que teve seu apoio, em 2008, e um dos dois novos nomes saisse candidato a prefeito seria um complicador para Azevedo.

  Da mesma forma que PT + PCdoB não podem se fragmentar com dois nomes na disputa (Juçara e Azevedo) seria fatal ou pelo menos um complicador enorme para Azevedo, o lançamento da candidatura Castro/Santana/Fernando; e ou/Santana/Castro/Fernando; e até numa terceira hipótese Fernando/Castro/Santana.

  O PMDB tem mais Ubaldo Dantas. Mas, creio, nem Fernando; nem Ubaldo têm aceitação popular para uma disputa majoritária, isolados. Embora sejam importantes para apoios, e Fernando também para ser apoiado.

  O ex-prefeito FG é sempre um nome poderoso na eleição de Itabuna e os analistas acreditam que, diferente do que aconteceu em 2008, quando Azevedo venceu Juçara com uma marca acima de 10 mil votos, em 2012, a eleição volta ao seu patamar de tradição, em disputa apertada..

  A proposta estadual das direções partidárias (PSDB/PMDB/PR/PTN etc) é no sentido de que esses partidos se unam com nomea de consenso contra os candidatos da base governista.

  Então, visto assim, ainda que de forma preliminar, existiriam quatro candidaturas sendo organizadas: a do prefeito, que é o candidato natural à releição, mas, depende dessas alianças com PSDB/PMDB/ etc; a de Juçara/Geraldo (diz-se que continua mais competitiva do que Geraldo, ainda que, o deputado petista teria mais condições de se unir com o PCdoB; a de Venceslaru (PCdoB: e de Castro e/ou Santana e/ou Fernando Gomes.

  Há muito tempo pela frente para as alianças e as discussões complementares. Como a eleição em Itabuna se dá em primeiro turno (se houvesse segundo turno essas 4 candidaturas estariam em campo) é possível que, dos 4 nomes ou das 4 propostas, só vinguem duas delas.