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Tasso Franco

NOVO MOVIMENTO NA SUCESSÃO BAIANA COM MARCELO NO JOGO

Marcelo trabalha nome para chapa majoritária
07/08/2011 às 20:02
Foto: BJÁ
Presidente da ALBA, deputado Marcelo Nilo, trabalha nome para chapa majoritária
  Há, em curso, um novo movimento na política baiana visando à sucessão do governador Wagner, em 2014.

  Informes precisos dão conta de que o presidente da Assembleia Legislativa, deputado Marcelo Nilo (PDT) vai trabalhar seu nome para integrar a chapa majoritária à sucessão estadual. Como não existe candidato a vice-governador, se admite nos corredores da Casa Legislativa, que Marcelo vai colocar seu nome na disputa ao Senado e/ou a governador.

  Marcelo desconversa e não comenta o assunto. Mas, recentemente, deu sinais numa entrevista na Rádio Metrópole, com MK, admitindo ser candidato na majoritária, sem meias palavras. E, em Feira de Santana, na filiação do prefeito Tarcízio Pimenta ao PDT o ministro Carlos Lupi, presidente de honra deste partido e presente à solenidade, disse que o sonho dos trabalhistas é chegar ao topo no Palácio de Ondina.



  Ora, como todos sabem, quem mora em Odina é o governador. 

  Hoje, não se tem dúvidas de que o candidato preferencial de Wagner à sua sucessão integra as fileiras do PT, com nome mais provável, até porque é indicação de Lula e existe uma estreita afinidade Wagner/Lula, do presidente da Petrobras, Sérgio Gabrielli. Existem outros nomes, porém, Gabrielli é o mais forte, conceitualmente mais preparado.



  Pesquisa recente que aportou em gabinetes parlamentares aponta que Gabrielli é, ainda, muito desconhecido do eleitorado. Teria, portanto, que popularizar o seu nome (o que já estaria fazendo desde o último São João) para se tornar competitivo. Cabe a qualquer pré-candidato, ainda mais que nas hostes internas do PT ele não é o único, fazer sua parte. O que, em política, denomina-se, construir sua própria identidade, sua bagagem eleitoral. Essa, no momento, é a missão Gabrielli.



  E que missão espinhosa, pois, com a crise financeira internacional, a Petrobras passa por turbulências. Se o governo federal perder o controle nessa tarefa e a Petrobras não conseguir os R$242 bilhões para fazer seus investimentos até 2015, com ações na bolsa em queda e reclames dos investidores, adeus candidatura Gabrielli.
 
  Acredita-se, no entanto, e a presidenta Dilma diz que tem mecanismo para controlar a crise, melhores do que a relacionada, em 2008, tudo bem. Mas, desde já se fala que Gabrielli será substituito por Graça Foster, em 2012.



  Onde, então, entra Marcelo Nilo?

  Em 2010, o presidente da Assembleia Legislativa foi convidado pelo governador Wagner para compor a chapa majoritária como candidato ao Senado, mas, declinou entendendo que o momento era mais propício a outro nome (mais conhecido eleitoralmente) a fim de que a chapa tivesse sucesso eleitoral.

  Trabalhou pelo nome de Otto Alencar, o qual acabou como candidato a vice-governador.



  Agora, Marcelo admite a interlocutores que, se for convidado pelo governador para ser candidato ao Senado topa a parada, mas, também acena que se o nome for Otto Alencar, terá seu integral apoio. Restaria, em tese, seu nome como integrante da majoritária a vice.



   E, admitindo-se que o nome Gabrielli não deslanche, Wagner no governo até o final do seu mandato e Otto candidato a senador, o nome de Marcelo poderia ser trabalhado, no PDT, ou até mesmo no PT (se for o caso e convidado por Wagner), e este seria candidato a governador.



  Há sinais nessa direção. Na semana passada, Marcelo Nilo tomou café da manhã com o ministro Mário Negromonte (PP), com o deputado João Carlos Bacelar (PTN), com o suplente de senador Eliel Santana (PSC) e com Otto Alencar (futuro PSD). Nesta terça-feira, 9, o café será com Jonas Paulo, presidente regional do PP.

  É café demais. Não? Nada! É café político.



  Quer outro sinal: recentemente, o governador Wagner colocou Marcelo em sua comitiva para viagens a Itabuna, Biritinga e Ibiratia locais onde não tem votos como deputado estadual.



  Curioso, ademais, disse-me um deputado, é que, estava em Jequié, semana passada, quando ouviu uma entrevista de Marcelo numa emissora de rádio. E, mais sintomático, deputados anotaram 15 entrevistas do presidente numa semana, de Norte a Sul; Leste a Oeste.



  Marcelo, pois, estaria desde já, construindo sua candidatura.