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Tasso Franco

OPERAÇÃO JOIA DA COROA: PRISÃO DE DESEMBARGADORA PÕE TJ NA BERLINDA

Operação Joia da Coroa é um desdobramento da Faroeste deflagrada há dez dias sobre vendas de sentenças pela alta cúpula do TJ da Bahia
29/11/2019 às 20:04
   MIUDINHAS GLOBAIS:

   1. Em desdobramento da "Operação Faroeste" desta feira intitulada "JOIA DA COROA" a desembargadora Maria do Socorro, ex-presidente do Tribunal de Justiça da Bahia foi presa pela Policia Federal. 

   2. É fato de alta relevância uma vez que, o presidente da Corte atual, Gersivaldo Brito, foi afastado por determinação do ministro Og Fernandes, do STJ, outra desembargadora tinha 57 contas bancárias, um juiz já foi preso e, hoje, mais quatro investigados tiveram prisões temporárias convertidas em preventivas. 

   3. Pra completar, segundo o Antagonista, a desembargadora Maria do Socorro Barreto Santiago, ligou para funcionários do Tribunal de Justiça da Bahia (TJ-BA) para saber se um celular apreendido pela Polícia Federal teve o conteúdo apagado. 

   4. No Bahia Noticia tem até a transmissão de um diálogo entre a desembargadora e servidoresj.
A ligação para os funcionários ocorreu quando ela estava proibida de qualquer comunicação com eles e de utilizar qualquer serviço do tribunal. Para a Polícia Federal, o contato era uma aparente tentativa de destruir provas.

   5. Para fazer a ligação telefônica, ela usou um celular de seu genro, Márcio Duarte Miranda, advogado investigado no mesmo esquema. O telefone dele estava interceptado. Veja, portanto, o que ainda pode vir por ai.

   6. Mais rolo. Segundo o site Politica Livre, na tarde desta sexta-feira (29), durante o ato de posse de Nelson Pelegrino como secretário de Desenvolvimento Urbano, o governador Rui Costa (PT), refutou com veemência ter qualquer relação com bilhete, “pedido manuscrito” dirigido a ele pela ex-presidente do Tribunal de Justiça da Bahia, desembargadora Maria do Socorro Santiago, presa nesta sexta-feira (29), em nova fase da operação Foroeste, batizada de de Joia da Coroa.

  7. O documento, cujo trecho diz: “Pedir ao governador nos atender para que ele fale com o Julio Ribar, da Embrapa Vancy do Aeroporto para atender o pessoal da Addey Taxi Aereo, Yeda Muricy Guimarães”, foi encontrado pela Polícia Federal na residência da ex-presidente do TJ.

   8. “O bilhete está na mão dela, o que significa que nunca me entregou e muito menos me abordou sobre nenhum assunto de interesse privado, até porque as pessoas conhecem o meu perfil”, defendeu-se, sem deixar de criticar o que considera a transformação de investigações em ‘espetáculo circense”. 

   9. “É um absurdo essa conotação de que a pessoa por ter um bilhete em casa significa um crime, isso é um pouco demais. Eu sou a favor de toda e qualquer investigação, mas o Brasil entrou num ponto ruim de transformar investigação em espetáculo circense”, protestou contra a insegurança jurídica e institucional no país.
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   10. A Procuradoria Geral da República, em nota no seu site, faz o seguinte comentário sobre a prisão de Maria do Socorro: 

   11. A Polícia Federal cumpriu, na manhã desta sexta-feira (29), três novos mandados de busca e apreensão e um de prisão preventiva em Salvador (BA). Determinadas pelo ministro do Superior Tribunal de Justiça Og Fernandes em atendimento a pedido da Procuradoria-Geral da República (PGR), as medidas têm o objetivo de recolher novas provas de um esquema criminoso envolvendo desembargadores do Tribunal de Justiça da Bahia. 

   12. Trata-se de uma nova etapa da Operação Faroeste, deflagrada em 19 de novembro para apurar suspeitas de crimes como corrupção ativa, lavagem de dinheiro e organização criminosa. Desta vez, a operação recebeu o nome de Joia da Coroa. As investigações em curso revelaram a existência de um esquema de venda de decisões judiciais que tinha o propósito legitimar a venda de terras na região oeste do estado.

  13. Nesta etapa da operação, o principal alvo é a desembargadora Maria do Socorro Barreto Santiago, que teve a prisão preventiva decretada pelo ministro relator do caso no STJ. Afastada do cargo há dez dias – também por decisão judicial – a magistrada estaria, conforme indícios reunidos pelo Ministério Público Federal (MPF) e pela Polícia Federal, destruindo provas e descumprindo a ordem de não manter contato com funcionários. 

   14. As apurações já realizadas também reuniram indícios de relações indevidas entre a magistrada e outros investigados no esquema. Um deles é  Adaílton Maturino, preso na primeira etapa da operação. Conforme conta da decisão, o investigado, que se apresentava como cônsul de Guiné Bissau, tem uma extensa ficha de crimes e só teve a atividade delitiva suspensa com a prisão.

   15. Além das novas buscas e da prisão da desembargadora, nesta etapa da operação, quatro investigados tiveram as prisões temporárias convertidas em preventivas, por tempo indeterminado.
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