Saúde

Salvador supera média nacional em incidência de tuberculose

Com informações da Cardio Pulmonar
CP , Salvador | 24/03/2017 às 08:06
Dia Mundial de Combate à Tuberculose, 24/3, especialista destaca diagnóstico precoce
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Salvador apresenta incidência de tuberculose superior à média nacional, segundo dados do Ministério da Saúde. Enquanto são notificados 70 mil novos casos da doença a cada ano no país, com um coeficiente de incidência de 33,6 casos/100.000 habitantes, na capital baiana esse valor é de 50,8 casos/100.000 habitantes. Em 2016, foram registrados 1.485 novos casos em Salvador.

No Dia Mundial de Combate à Tuberculose, 24 de março, a pneumologista do Hospital Cárdio Pulmonar e professora adjunta da Escola Bahiana de Medicina e Saúde Pública, Eliana Matos, diz que o Brasil está entre os 30 países com maior incidência de tuberculose monitorados pela Organização Mundial de Saúde (OMS), com cerca de 80% dos casos da doença no mundo, e chama a atenção para os motivos da alta incidência da doença em Salvador.

“Embora a tuberculose possa ocorrer em qualquer faixa da população em países de alta incidência, como o Brasil, os cinturões de pobreza das periferias das grandes cidades são áreas de elevadas incidências da doença. Por outro lado, a tuberculose atinge especialmente um subgrupo de populações mais vulneráveis para o adoecimento, entre outros, como infectados pelo HIV, privados de liberdade, população de rua e indígenas”, pontuou a especialista.

Outros grupos que necessitam um olhar diferenciado na busca de diagnóstico precoce são os diabéticos, renais crônicos e pessoas que usam medicamentos imunossupressores (que reduzem a imunidade), conforme alerta a pneumologista.  

Sintomas

A médica destaca que os sintomas da tuberculose devem ser conhecidos e divulgados entre a população com o objetivo de identificar mais precocemente os casos da doença. “O sintoma mais frequente é a tosse com duração maior que três semanas, que pode ser acompanhada de febre, perda de peso, inapetência, sudorese noturna, eliminação de escarro com sangue e dor torácica”, explicou Eliana Matos.  

A tuberculose tem cura e o tratamento é muito efetivo, com duração de seis meses. Entretanto, é importante ressaltar que o tratamento não deve ser interrompido e que qualquer alteração deve ser comunicada ao médico. No Brasil, a taxa de abandono é em torno de 10%, enquanto a OMS recomenda taxa inferior a 5%.
“O abandono do tratamento é um dos grandes obstáculos para o controle da doença, ao mesmo tempo em que facilita a o surgimento de cepas do bacilo com resistência aos medicamentos”, explicou a pneumologista.