Colunistas / Literatura
Rosa de Lima

ROSA DE LIMA destaca sabores da boa mesa no novo livro de Tasso Franco

Vale a pena conferir este novo livro do jornalista Tasso Franco
17/11/2013 às 11:42
 Criatividade à toda prova. Depois de trilhar pela ficção e pelo ensaio com romances históricos e obras sobre a politica e a vida baiana, o jornalista Tasso Franco nos brindará, dia 23 próximo no Restaurante Grande Sertão, Stiep, Salvador; e dia 12 de dezembro no Centro Cultural da Câmara de Vereadores, no centro histórico da Salvador, com seu novo livro Dom Franquito, 105 restaurantes ao redor do Mundo (Editora Ojuobá, 223 páginas), uma deliciosa coletânea de locais agradáveis de serem frequentados e prórpios à boa mesa, em Salvador, algumas localidades do interior da Bahia, Rio, NY, Paris, Londres, Berlim, Cartagena de Índias, Bogotá, Lima e Cusco.

   Não se trata de um livro de receitas ou de um especialista gourmet e se torna interessante exatamente por isso, por revelar lugares onde se pode ir à boa mesa sem, necessariamente, frequentar lugares chiques e badalados, quase sempre muito caros. Dom Franquito, heterônimo usado pelo jornalista, ao contrário, revela locais onde se pode ir sem abalar as finanças e onde se come e se bebe muito bem. 

   O jornalista não aponta qual desses locais seria o mais interessante, até porque a série continua neste site onde ele é colunista, e a cada dia novos locais vão sendo revelados e não há um tempo ou local preferidos. A lógica, no entanto, segue a mesma: sempre mostrar os locais bons e baratos adicionando a cada espaço um pouco de história, vivências dos sitios e assim por diante. 

   Quando fala dos restaurantes de Cartagena das Índias, por exemplo, comenta sobre o sítio histórico da cidade murada, sobre os piratas que atormentaram a localidade no século XVI e os cuidados que os colombianos têm com seu centro histórico. 

   Em Cusco, no Peru, da mesma forma. Vai revelando as preciosidades da Praça das Armas e de suas monumentais igrejas, mesclando com sua pena os sitios históricos para se desgustar a boa comida peruana com seus frutos do mar apetitosos.

    Dom Franquito esnoba em conhecimento, em especial, sobre Salvador. E, enumera uma série de restaurantes do seu agrado, o Porto Moreira, Fará, Mini Cacique, Yemanjá, Alfredo di Roma, Toca do Sapo, Al Mare, Di Liana, Colon, A Lata, Cantina da Lua, entre outros.

   O autor adota a linguagem jornalística que caracteriza seus textos, tanto neste livro como em outros que já tive oportunidade de ler, e os leitores se deliciam com isso porque fica mais fácil entender-se o que está escrito, sem os floreios às vezes desnecessários de outros escritas.

   Quem imaginar que vai encontrar um livro sobre receitas de como fazer um spaghetti ou camarão ao molho de maracujá, esqueça. São dicas dos locais e citações das comidas com pitadas de humor, história e juras de amor a sua companheira, a senõra Bião de Jesus, e as seus dois filhos, no livro tratados como Agapito e Bolivia.
Assim, Dom Franquito ao comentar sobre o filé do Di Liana, do doge, vai até Veneza e nos mostra o ducado italiano dos doges; ou quando fala da paelha galega à moda casalis no restaurante Mini Cacique descreve alguns aspectos do centro histórico de Salvador, justo porque este restaurante está próximo da Igreja d'Ajuda, uma das mais antigas da capital baiana.

   Diria que, o livro, também é uma aula de história não só da Bahia, mas também de Cusco, de Lima, de Cartagena, de London e das cidades da RMS por onde o gajo andou. A história dos coquitéis de camaraões do Restaurante Haiti, em Lima, é muito interessante, assim como todas as demais dos textos de cada restaurante.

   É exatamente isso que faz a diferença no livro escrito pelo jornalista Tasso Franco com esse heterônimo de Dom Franquito. Já li e gostei bastante. Por isso mesmo recomendo aos nossos leitores.