Política

Sessão pelo Dia da Enfermagem na CMS faz críticas ao Governo Federal

Aladilce criticou também o presidente Michel Temer e defendeu sua renúncia
Limiro Besnosik , da redação em Salvador | 25/05/2017 às 19:17
Sessão festiva pelo Dia da Enfermagem
Foto: Reginaldo Ipê

“O trabalho da Enfermagem na construção de uma sociedade democrática” foi o tema da sessão especial, realizada nesta quinta-feira, 25, na Câmara de Salvador, por iniciativa da vereadora Aladilce Souza (PCdoB). “A intenção é discutirmos as condições de trabalho e os assuntos pertinentes às profissões de enfermeiro; auxiliar e técnico”, disse ela, que também é enfermeira, professora da Universidade Federal da Bahia (UFBA) e mestre em Saúde Coletiva.

A comunista defendeu bandeiras das categorias, como a redução da jornada de trabalho de 44 horas semanais para 30 horas e criticou algumas medidas do Governo Federal: “A PEC 55, por exemplo, é muito prejudicial para o setor. Afinal, congela por 20 anos os investimentos governamentais em saúde”. A proposta limita o aumento dos gastos públicos à variação da inflação e foi aprovada em segundo turno no plenário do Senado, no dia 13 de dezembro do ano passado.

A palestra da sessão especial foi proferida por Tatiane Araújo dos Santos, professora da Escola de Enfermagem da Universidade Federal da Bahia (UFBa). Ela abordou, dentre outros assuntos, a saúde municipal: “Salvador tem uma das menores coberturas de atenção básica de saúde do país. Isso afeta a categoria; pois somos a maior força de trabalho da saúde, seja pública ou privada”. Segundo ela os enfermeiros, auxiliares e técnicos representam 60 % dos profissionais que atuam no setor.

Já a presidente do Conselho Regional de Enfermagem da Bahia (Coren), Seção Bahia, Maria Luisa de Castro Almeida, parabenizou Aladilce “por todo ano promover esta homenagem na Semana Nacional de Enfermagem; reafirmando o respeito e fortalecimento às nossas categorias”. A Semana de Enfermagem existe desde 1960, através do Decreto nº 48.202/60, assinado pelo então presidente Juscelino Kubitscheck.

A mesa do evento também foi composta por Lúcia Esther Duque Monteiro, presidente do Sindicato dos Enfermeiros do Estado da Bahia (Seeb); Sílvio Roberto dos Anjos e Silva, presidente do Sindicato dos Trabalhadores em Saúde do Estado da Bahia; Tânia Neves Bulcão, presidente da Associação Brasileira de Enfermagem/seção Bahia (Aben); e Maria Júlia Lemos, diretora do Museu Nacional de Enfermagem Ana Neri (Munean).

Críticas a Temer

Ainda nesta quinta-feira, 25, a legisladora criticou o presidente Michel Temer (PMDB) por ter assinado um decreto convocando as Forças Armadas para atuarem nas ruas de Brasília. Na opinião da edil a medida é arbitrária e busca intimidar a população que defende as eleições diretas. "Todos nós sabíamos que um governo golpista não poderia se sustentar por muito tempo. Agora, sem a legitimidade popular e com a perda da base política, Temer recorre ao autoritarismo para tentar se manter no cargo", afirmou.

A seu ver o decreto se assemelha à escalada de medidas adotadas em 1964 e que resultou em uma Ditadura Militar no Brasil que durou 20 anos: “O Golpe de 64 também aconteceu no parlamento e a manutenção de presidentes não eleitos pelo voto ocorreu graças ao uso da força para reprimir os movimentos que pediam o fim da ditadura. Muitos foram presos de forma arbitrária, torturados e mortos por lutar pela democracia. O que vemos hoje é o mesmo filme se repetindo”.

Ela defende a renúncia imediata de Temer e a aprovação da emenda constitucional que permita a convocação de eleições diretas para eleger o próximo presidente.