Política

ELEIÇÕES 2016: Paulo Câmara prevê renovação de 25% a 30% na CMS

Para o tucano esta é uma eleição atípica, que poderá trazer muitas surpresas
Limiro Besnosik , da redação em Salvador | 27/09/2016 às 22:12
Paulo Câmara: quem está com Neto leva vantagem
Foto: Antonio Queirós

Paulo Câmara (PSDB) é o atual presidente da Câmara de Salvador e a nossa fonte de hoje na série de entrevistas sobre o pleito do próximo dia 2. Em sua avaliação o legislativo soteropolitano deve experimentar uma renovação de 25%, 30% em sua composição para a próxima legislatura.

BahiaJá – Estamos à véspera do pleito deste ano. Qual sua expectativa sobre a composição da Câmara na próxima legislatura?

Paulo Câmara – Primeiro, acho que esta legislatura foi uma legislatura diferenciada, qualificada, com muita produtividade, que se destacou de uma maneira muito positiva para a cidade. Então eu vejo com muito bons olhos esta legislatura, porque ela cresceu aos olhos da população e se colocou de uma maneira muito proativa para a cidade do Salvador. Mas esta eleição vai ser completamente atípica para todos nós, inclusive eu, que estou na minha quarta legislatura e você não tem aquela sensação da consistência de uma campanha eleitoral. É uma eleição diferente, com práticas e regras diferenciadas. Então, é um novo momento em que a gente não sabe o que vai acontecer, até pelo próprio tempo de campanha...

BJ – 45 dias...

PC – Então você vê uma ansiedade enorme dos candidatos a vereador, inclusive os que têm mandato, com a sensação de trabalhar 12, 14 horas no dia e chegar ao final do dia e fazer um balanço e não conseguir “pegar” a campanha. Então há uma sensação muito de incerteza sobre o que vai acontecer. Mas, ao mesmo tempo, é aquela história: se está difícil para quem está no mandato também para quem está sem mandato está muito difícil. Você não sabe o que acontece no dia 2 de outubro.

BJ – Agora não tem mais financiamento privado...

PC – Isso é bom para a prática política, mas nós somos cobaia de uma eleição, nós estamos ainda em experiência, um laboratório. Acho que em 2018 a coisa vai estar mais amadurecida, em 2020 vai se consolidando, mas a gente agora é a bola da vez, temos que passar por esse tormento. Acho que o que vai valer muito é o voto da consistência, da igreja, o voto evangélico permanece muito consolidado, o voto do médico permanece muito fiel, mas fora disso você tem o voto que não tem muito a consistência, como no meu caso. Meu voto é muito espalhado, muito pulverizado. Então, ah, Paulo Câmara é muito conhecido, foi um bom presidente, mas você não consegue consolidar isso. É uma sensação que eu tenho com todos os vereadores.

BJ – Alguma ideia de em quanto será a renovação dos vereadores?

PC – Eu acho que a renovação deve ser em torno de 25%, 30%, até por tudo que a Câmara fez e produziu. Entre os pré-candidatos não está o ex-governador Waldir Pires, o que é uma pena para a cidade, por tudo que ele representou para o nosso Estado, o gesto de desprendimento que ele fez, mas você vê as pessoas aí se virando. Você vê o professor Edvaldo Brito na sinaleira pedindo voto. Ninguém sabe o que acontece, a realidade é essa. É o pior momento da vida pública do País, da classe política. A insatisfação, a incerteza, a insegurança e, ao mesmo tempo, eu ainda acho que pode ter uma abstenção muito grande. E o que isso vai levar? Gera uma interrogação no domingo.

BJ – Desde a última eleição houve um foco bem acentuado nas redes sociais. Desta vez parece ser mais predominante ainda. Qual sua visão sobre isso?

PC – É essencial. Quem não estiver trabalhando as mídias sociais, as ferramentas de mídia e comunicação: Instagram, Facebook e Whatsapp... O Whatsapp tem um poder viral enorme, é uma forma de comunicação rápida. Eu tenho utilizado muito na minha campanha isso, muito mesmo, não só para dar uma satisfação ao eleitorado do que eu fiz ao longo de três anos e meio, como ferramenta de informação, de conhecimento, eu acho que o eleitorado está muito mais atento, aos candidatos, quer seja do legislativo e do executivo, e hoje a internet é essa ferramenta fácil de pesquisa: quem é fulano, quem é sicrano, o que ele fez, o que ele deixou de fazer. É uma ferramenta essencial.

BJ – Tem até um site que faz uma espécie de ranking dos políticos...

PC – É porque hoje, com a internet, é o meio mais rápido de comunicação. Se você quer alguma informação você bota nos grupos de Whatsapp e você pede para viralizar é uma informação rápida. Então, eu tenho utilizado muito. Se a gente vai chegar como é nos Estados Unidos, onde a campanha é feita pela internet, Barack Obama se elegeu pela internet, foi o diferencial da época. E que se a gente está aprendendo agora. A gente iniciou na campanha passada com o Facebook, mas novas ferramentas apareceram como o Whatsapp e o Instagram, e que as pessoas acompanham muito mais do que às vezes um informativo, do que participar de uma reunião... As pessoas não querem perder muito tempo, não é? Então a mídia digital é uma informação rápida e segura e você tem como comprovar se a pessoa fez ou não fez.

BJ – A composição das chapas majoritárias, com, por exemplo, um prefeito bem avaliado e com bons índices nas pesquisas. Como o Sr. vê essa influência para os candidatos a vereador?

PC – Determinante. Acho que quem está ao lado do prefeito ACM Neto tem uma grande vantagem na cidade do Salvador, isso eu sinto no dia a dia. Às vezes as pessoas perguntam: “Você está com Neto?” Se você vem fazendo um trabalho na comunidade a pergunta não é se você está fazendo o trabalho, mas se você está com Neto, esta é a realidade da nossa cidade. A grande maioria das pessoas tem esse sentimento, se você está ao lado do prefeito. Um prefeito muito bem avaliado, três vezes o melhor do Brasil, tem feito uma grande gestão em nossa cidade. Então quem está ao lado dessa chapa majoritária com certeza leva vantagemem detrimento a outro, não tenha a menor dúvida disso.