Política

SESSÃO ESPECIAL na CMS critica qualidade da merenda escolar em SSA

Especialistas afirmaram que a quantidade também às vezes é insuficiente
Limiro Besnosik , da redação em Salvador | 24/05/2016 às 18:46
Sessão foi realizada no plenário da CMS
Foto: Reginaldo Ipê

A qualidade da merenda escolar, servida na rede municipal de ensino de Salvador, precisa melhorar. Esta foi a conclusão unânime entre os nutricionistas, estudantes e profissionais de saúde que participaram, na manhã desta terça-feira, 24, no plenário da Câmara Municipal, de uma sessão especial sobre segurança alimentar na cidade.

A iniciativa do encontro foi do presidente da Comissão dos Direitos do Cidadão, vereador Everaldo Augusto (PCdoB). Os especialistas também concordaram sobre a possibilidade de uma melhor conciliação entre uma merenda saudável e uma alimentação atrativa para as crianças e adolescentes.

“Sabemos que tem muita coisa errada, do ponto de vista nutricional, da higiene, dos espaços inadequados e da pouca atratividade da merenda. Queremos saber quem está lucrando com a queda da qualidade da merenda escolar no município. Se precisar, iremos ao Ministério Público do Estado da Bahia fazer esses questionamentos”, declarou o edil.

A presidente do Conselho Municipal de Alimentação Escolar (CMAE), Hercia Azevedo da Silva, revelou dificuldades no diálogo com a Secretaria Municipal de Educação: “Nessa gestão e nas anteriores, nunca deram a importância devida ao CMAE. Enviamos vários documentos ao secretário Guilherme Bellintani, para falar sobre a importância da melhoria da qualidade do alimento nas escolas, mas nunca recebemos o tratamento adequado. A questão da merenda escolar precisa ser discutida com toda a população”.

O mesmo questionamento foi feito pelo vice-presidente do Conselho Municipal de Nutrição, Anderson Carvalho, que destacou a instituição do Programa de Alimentação Alimentar em 2009, através da Lei Federal nº 11.947, como “um marco que cumpre uma agenda importante para toda a sociedade”.

Diretora do Sindicato dos Trabalhadores em Educação do Estado da Bahia (APLB), Silvana Coelho, perguntou: “Os nossos estudantes têm fome de quê? De merenda ou de educação?”. Também participaram da sessão especial os vereadores Hilton Coelho (PSOL), Silvio Humberto (PSB) e Vânia Galvão (PT).

Privatização da merenda

O comunista denunciou no dia 12 de abril deste ano a privatização que, segundo ele, está sendo promovida no setor, sem a devida garantia de qualidade e participação do Conselho Municipal de Alimentação Escolar.

“A prefeitura fechou contrato no valor de R$ 14 milhões com a empresa Nutri Plus, para fornecimento em 58 unidades, e estamos recebendo muitas queixas em relação à qualidade e à quantidade. Fomos informados que a merenda consiste, todos os dias, em mingau e biscoito. Sem o fornecimento de proteína, não atende às necessidades físicas e alimentares dos jovens e nem respeita as orientações do Plano Nacional de Alimentação Escolar”, afirmou.

Ele citou uma vistoria realizada pelo Tribunal de Contas do Município junto com o Conselho, em março deste ano, quando foi constatado a quantidade insuficiente de alimentos armazenados: “Os estudantes estão passando fome e esta é uma constatação do Tribunal de Contas, que realizou vistoria no centro de distribuição e constatou que há uma precariedade na quantidade de alimentos para a rede, menos de 10% do total necessário”.