A revelação do ex-diretor da Petrobras, Nestor Cerveró, de que houve fraude na eleição do ex-governador Jaques Wagner (PT), em 2006, repercutiu na Câmara de Salvador. O vereador Claudio Tinoco (DEM), repudiou a suposta prática cometida pelo ex-governador, que, segundo Cerveró, teria usado recursos financeiros desviados da estatal.

À época Tinoco era secretário de Estado e acompanhou toda a eleição para governador de perto. “Nós tínhamos um cenário de vitória do então candidato à reeleição, Paulo Souto. No entanto, a Bahia inteira foi surpreendida quando, nos últimos dias, houve virada do PT. Para muitas pessoas, pareceu a vontade do povo; hoje, podemos ver que foi uma virada patrocinada por recursos públicos desviados”, lamenta.

Nessa terça-feira, 3, o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, enviou ao Supremo Tribunal Federal (STF) um pedido de abertura de inquérito para investigar a presidente Dilma Rousseff, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e o advogado-geral da União, ministro José Eduardo Cardozo, por suposta obstrução à Justiça, em tentativa de atrapalhar as investigações da Operação Lava Jato.

“Defendo que Jaques Wagner e o ex-presidente da Petrobras José Sergio Gabrielli também devem ser investigados, uma vez que foram apontados, por Cerveró, como os responsáveis por operar os desvios de recursos da Petrobras, essa estatal tão defendida pelos petistas no passado. Eles diziam que a Petrobras não deveria ser privatizada, mas hoje sabemos que eles se apropriavam da estatal para gerar recursos desviados para financiar as campanhas petistas”, afirma o edil.

De acordo com Cerveró o apoio financeiro para a campanha de Jaques Wagner foi oriundo da diretoria de Abastecimento da Petrobras, por meio de operações de trading internacional e da construção de um prédio para transferir a área financeira da Petrobras para Salvador.

Tinoco defende eleições limpas e transparentes para este ano: “Precisamos ficar atentos para que o resultado das eleições seja reflexo do respeito à liberdade do voto consciente e independente. Cada eleitor deve ser fiscal do seu voto”.