A Câmara de Salvador realizou na manhã desta quinta-feira, 28, uma sessão especial para marcar a passagem do Dia Mundial de Conscientização do Autismo. Autora da iniciativa a vereadora Vânia Galvão (PT) disse ser preciso reconhecer as pessoas autistas como cidadãos, elaborando políticas públicas para promover sua inclusão social.

Segundo ela “essa é uma data de reflexão. Muitos não são aceitos nas escolas e são rejeitados, inclusive, pelos planos de saúde. Programas específicos precisam ser criados para assistir autistas e suas famílias”.

O diretor da Escola Pestalozzi de Salvador, Ricardo Baqueiro, deu seu testemunho sobre a experiência diária com as pessoas com autismo: “Nosso centro tem como principal objetivo complementar a formação que o aluno recebe na escola regular. Mas sabemos a dificuldade que a família tem para manter essas crianças nas escolas regulares. Temos um grande trunfo nesta luta. A lei está ao nosso favor”.

Representando a Defensoria Pública da Bahia Melisa Florina Teixeira alertou que questões como autonomia e psicologia precisam ser levadas em conta e revelou a intenção de “fortalecer o órgão público como uma integrante da rede de amparo às pessoas com necessidade especiais e os seus familiares”.

Eu sou autista e sou capaz

O evento contou com a presença de alunos do Pestalozzi, como Éder Luiz Nascimento, que emocionou os presentes. “É a primeira vez que falo no microfone”, disse ele. Eu agradeço muito a meu pai, a minha mãe e a minha tia por me trazerem para este evento. Fico muito feliz, também, pela presença de todos em um debate tão importante”.

As professoras do Instituto Pestallozzi de Ondina, Andreia Lilian Castro e Sara Valois, fizeram uma apresentação sobre os desafios cotidianos no tratamento com pessoas especiais e homenagearam o aluno autista Éder Luiz Nascimento. Houve também uma apresentação do Coral da Câmara, regido pelo maestro Carlos Veiga.

O Dia Mundial de Conscientização do Autismo (2 de abril) foi instituído pela Organização Mundial de Saúde (OMS). A estimativa é que existam no país cerca de dois milhões de pessoas com o transtorno e mais de 70 milhões no mundo. Não há dados precisos sobre os índices do autismo na Bahia. Salvador dispõe do atendimento ao autista no Centro Pestalozzi de Reabilitação e nos Centros de Atendimento Psicossocial (Caps) da Liberdade e de Amaralina, além da Associação de Amigos do Autista da Bahia (AMA-Bahia).