Política

DEPUTADO Imbassahy critica prática do nada sei, nada vi, na Petrobras

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Eliana Frazão , Salvador | 30/10/2014 às 10:42
Imbassahy diz que virou cultura dizer que nada sabe na Petrobras
Foto: Ag Câmara
Ante as seguidas tentativas do diretor de Abastecimento da Petrobras, José Carlos Cosenza, de se desvencilhar da sucessão de escândalos que envolvem a companhia, durante depoimento prestado na quarta-feira, 29, à CPI Mista que apura as irregularidades na estatal, o líder do PSDB na Câmara, Antonio Imbassahy foi taxativo: “Fica difícil para os brasileiros imaginarem que um homem da sua estatura diga que não sabia de nada e continua sem saber”.
Imbassahy apontou contradições no depoimento de Cosenza.

 “O relator (deputado Marco Maia – PT/RS) pergunta se teve algum encontro com o ex-diretor Paulo Roberto, o senhor afirma primeiro que não. Minutos depois, confessa que teve três telefonemas e dois encontros pessoais, assim não dá”, criticou.

O líder também reprovou a leniência do diretor, que nada fez para revisar contratos celebrados pelo seu antecessor na diretoria, Paulo Roberto Costa, preso na Operação Lava Jato, da Polícia Federal, por não coibir falcatruas ou investigar eventuais prejuízos na área de Abastecimento, como o superfaturamento da obra da refinaria Abreu e Lima, em Pernambuco. Somente um dos contratos do empreendimento teve sobrepreço de R$ 613 milhões.  

Imbassahy ainda arguiu: “Quem foi punido? Algum ex-auxiliar do Paulo Roberto Costa foi afastado?”. Ao receber a resposta negativa, o parlamentar do PSDB concluiu que “não resta dúvida de que as irregularidades prossegu
iram após a saída de Costa da Petrobras”.

DEPOIMENTO

o Diretor de Abastecimento da Petrobras, José Carlos Cosenza, afirmou à Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) do Congresso Nacional que teve poucos contatos com o ex-diretor da divisão Paulo Roberto Costa, delator de um esquema de corrupção na estatal.

Costa delatou um esquema de "sobrepreços" em contratos da estatal, cujos pagamentos, em sua maioria, teriam como destino partidos políticos, como PT, PP e PMDB.

Desde que assumiu a diretoria de Abastecimento, em 2012, Cosenza disse à CPMI ter tido no máximo três contatos telefônicos com Paulo Roberto e dois pessoalmente.

No entanto, Cosenza havia afirmado mais cedo na reunião, ao deputado Marco Maia (PT-RS), que teria se relacionado com Costa apenas quando assumiu a área de refino da estatal, e negou ter mantido relações com o ex-diretor depois de tê-lo substituído