Política

GOTAS DE REFLEXÃO PÓS-ELEIÇÃO e o Nordeste, por ZÉDEJESUSBARRETO

O PT dividiu o país ao meio
ZédeJesusBarrêto , da redação em Salvador | 27/10/2014 às 12:44
Presidente aparece de branco logo após declarada vencedora
Foto: Reuters
Gotas de reflexão pós-eleição:

- Dilma se reelegeu. Isso significa 16 anos seguidos de PT no governo. Acabou-se essa balela de ‘herança maldita’ alheia. 

- Foi a eleição mais disputada da história do país. Três pontos percentuais de diferença e uma abstenção acima de 20 % = mais de 36 milhões deixaram de votar ou anularam seus votos.

- Os currais históricos (desde a república velha, coronelismo rural) decidiram. O voto de cabresto (bolsa-família, minha casa minha vida... o medo de perda) continua preponderante. 

- Dilma ganhou a reeleição no Nordeste, nos interiores. Não é o PT que é forte aí, é o governo. O nordestino, até por suas carências todas (água, educação, desamparo...), sempre votou, vota e votará no governo, seja de direita ou de esquerda. É o governo que o ampara, aqui e ali... a mercê. 

- Nada a comemorar tanto, pois; e muito a refletir, a transformar. Vamos descer do palanque, já. 

- A Nação sai dessa eleição dividida, rachada, em função da campanha virulenta, mais de desconstrução, de desqualificação do adversário do que de construção e propostas. 

- A Nação somos todos nós. Povo é o conjunto inteiro dos diversos estratos sociais. A presidência da República deve ser um governo de e para todos, e não só em benefício do grupo que se diz vencedor. 

- Louve-se a importância do marketing político dos vencedores: agressivo, inteligente, nem sempre fiel à realidade do país, mas sabendo muito bem manipular de modo favorável os números, os poderes e as circunstâncias. Ponto para o baiano João Patinhas Santana, sem dúvida. 

- A atitude cidadã é manter os olhos abertos, cobrar as promessas, exigir as mudanças e reformas essenciais para o país andar; e vigiar, resistir bravamente às bravatas totalitárias, a todas as ações autoritárias. Respeito às liberdades, sempre. Democracia. 

- Não serão 4 anos fáceis. O país está parado, quase em recessão e tem problemas seríssimos nos campos da infraestrutura, educação, saúde, segurança e da retomada do ciclo de desenvolvimento. Ao trabalho, pois.

- Torcemos por você presidente Dilma, porque temos de acreditar no Brasil. Pelos nossos filhos e netos. 

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No discurso de Dilma, sem texto lido, pós-eleita e emocionadíssima, devemos destacar, além dos agradecimentos óbvios:

- O não ao racha no país, não à divisão, a aposta no diálogo, o compromisso de construir pontes, unir a Nação. Positivo. 

- Assumiu compromisso com as bandeiras da mudança e das reformas, afinal um querer explícito da maioria dos brasileiros. 

- Elegeu como prioridade a essencial reforma política. Mas qual a reforma que queremos ? E como fazê-la? A partir, claro, do diálogo com as forças políticas e sociais do país. 

- No mais, a presidente Dilma disse que se sente mais forte, está mais serena e mais madura para governar. Que bom ! Confiança. 

- Atenção: Pouco antes do discurso de união, Dilma louvou o ‘líder maior’ o ‘primeiro de todos os militantes’, o presidente Lula. Bem, Lula foi sim talvez o maior responsável pelo racha – ‘nós x eles’ – pelo clima agressivo da campanha, sobretudo nas duas semanas finais, onde, em cima dos palanques, só fez xingar, mentir, demolir o que entendia por inimigos. Lamentável. Pior, está grudado em Dilma e já se põe candidatíssimo à sucessão, em 2018. Já no palanque. 

Que o Senhor do Bomfim olhe pelo Brasil e viva o Povo Brasileiro!