Política

Ativistas defendem políticas públicas de proteção aos animais em Lauro

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Mara Campos , Lauro de Freitas | 09/06/2014 às 10:02
Ato politico aconteceu na Câmara de Vereadores
Foto: DIV
Depois de horas de debates, a firme posição da Rede de Mobilização pela Causa Animal - Remca em defesa da implantação de uma política pública de proteção aos animais em Lauro de Freitas venceu a resistência dos representantes do Executivo Municipal e encerrou a audiência pública convocada pela Câmara Municipal, na sexta-feira, com uma Carta de Compromisso.

Na audiência solicitada e presidida pela vereadora Naide Brito (PT), a pedido da Rede, foi criada uma comissão formada pelo Legislativo, Executivo e Remca para  construir a proposta de um projeto de lei que será submetida ao prefeito, a quem cabe encaminhá-la para análise e aprovação na Câmara de Vereadores. Enquanto o Plano Municipal de Proteção aos Animais não sai, os ativistas da causa esperam apoio da Prefeitura em ações mais emergenciais.

“Conseguimos incluir na reforma administrativa, no final do ano passado, com apoio da vereadora Naide, a criação de uma Divisão de Proteção aos Animais na estrutura da Secretaria de Meio Ambiente, mas até agora a divisão não foi implementada”, informa Graça Paixão, presidente da Remca. Nomear o diretor da divisão é a reivindicação mais urgente da entidade.

Presentes à audiência, os secretários Márcio Crusoe, do Meio Ambiente, Márcio Leão, de Governo, e Márcio Barreto, da Saúde, reafirmaram apoio ao movimento e se comprometeram a levar as reivindicações ao prefeito. Também participaram da audiência representantes da Polícia Militar, Corpo de Bombeiros e Guarda Municipal, que deram contribuições importantes na elaboração da Carta, e os vereadores Mirela e Junior Neves.

A vereadora Naide Brito, que acompanha a luta da Remca desde a criação da entidade em outubro do ano passado, abriu a audiência pública com a apresentação de uma indicação ao prefeito para a construção de um Hospital Veterinário Público no município. “A nossa preocupação é garantir o acesso no atendimento à saúde de animais para famílias que não podem pagar uma clínica particular, mas também com um sentido de prevenção de doenças que são transmitidas às pessoas por animais doentes”.

O plenário lotado acompanhou com atenção as mais de quatro horas da audiência que contou com palestra da vereadora de Salvador e ativista da causa Ana Rita Tavares e se emocionou com o depoimento da pequena Ester, 8 anos, moradora de Vilas. Ela contou a história da sua cachorrinha Shiva que morreu afogada na piscina ao fugir do barulho de fogos de artifício. No meio do público, a presença inusitada de uma gata e um cachorro.

Ana Rita Tavares disse que sociedade e poder público precisam caminhar juntos nessa luta. “O que acomete aos animais diz respeito à população. As pessoas sofrem, seja vendo o sofrimento dos animais ou sendo vítima de doenças transmitidas por eles ou de acidentes causados por animais soltos”. Ela é autora do projeto de lei que criou o Castramóvel, já implementado pela Prefeitura de Salvador com mais de 700 animais castrados. “Isso é importante. Uma cadela pode gerar uma população de 64 mil animais”. Ana Rita condenou a venda de animais citando o livre comércio instalado na entrada de Vilas do Atlântico e sugeriu a proibição de circo de animais no município.