Especialista em Fisiologia Vegetal e lotado na Estação Experimental Sóstenes de Miranda, mantida pela Ceplac em Santo Amaro da Purificação, no Recôncavo baiano, há 12 anos que o pesquisador vem realizando experimentos em plantas do Centro de Pesquisas do Cacau (Ceplac/Cepec) e fazendas de cacau utilizando o clone ICS-1, conhecido por sua suscetibilidade à doença, em clones distribuídos pela Ceplac, áreas de cacaueiros híbridos antigos e da variedade comum.
Os resultados são animadores e a tecnologia começa a ser repassada aos extensionistas.
Pesquisas do Cepec durante seis anos permitiram a identificação de uma molécula simples, a sacarose, que, na concentração de 0,45 Molar induz a resistência da planta do cacaueiro contra a vassoura-de-bruxa, doença causada pelo fungo Moniliopthtora perniciosa, que há 20 anos atacou a lavoura de cacau do sul da Bahia causando graves prejuízos à produtividade e à produção, que caiu de cerca de 400 mil toneladas para menos de 100 mil toneladas. Como conseqüência levou ao empobrecimento do produtor e à dívida de cerca de R$ 800 milhões, além de desemprego a cerca de 250 mil trabalhadores rurais.
A TÉCNICA
A indução de resistência à vassoura-de-bruxa foi provocada com a aplicação de 2,5 ml/planta via injeção no tronco em dose única ou pulverização foliar de 10 a 15 ml/planta, com três a cinco aplicações ao ano, a depender das condições climáticas e epidemiológicas da plantação, sem perda de eficiência.
Os resultados mostram uma redução de 70% de infecção em vassouras vegetativas e almofada e 80% na infecção de frutos, segundo relato aos extensionistas feito por Deraldo Ramos Vieira. O pesquisador pediu cautela na aplicação da técnica que dentro de 60 dias será incorporada no Manejo Integrado para Controle da Vassoura-de-Bruxa, recomendado pela Ceplac.