VELEJADOR BAIANO KAN CHUCH COMPLETA REGATA CHARENTE MARTIME FRANÇA/BA

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| 04/11/2011 às 16:36
Kan Chuch é filho de imigrantes chineses e mora na Bahia
Foto: Adenilson Nunes

Por volta das 7h40min desta sexta-feira (4), desembarcou no Terminal Náutico da Bahia, com o barco 472 Vmax, o baiano Kan Chuh, único brasileiro a participar da regata internacional La Charente-Maritime Bahia 2011.
 
Chinês-baiano, como ele mesmo se define, o filho de imigrantes chineses, de 50 anos, cruzou a linha de chegada em 21° lugar, pela categoria série, após percorrer mais de 4,2 mil milhas náuticas - o equivalente a 7,8 mil quilômetros. Kan Chuh foi recebido ainda no barco pelos pais, que estouraram uma champanhe para brindar o feito de atravessar o Oceano Atlântico, pela primeira vez, em um veleiro mini, de apenas 6,50 metros.


Kan teve direito a festa na Baía de Todos-os-Santos, queima de fogos e muitos aplausos da família e dos amigos, além das tradicionais baianas, e a presença da esposa Karla e dos três filhos: Kevin, Marina e Kim. "Tenho muito orgulho de Kan. Fiquei muito ansiosa, mas nunca com medo, porque sabia da capacidade dele. Estou muito feliz por ele", disse, emocionada, Karla.


Um pouco mais magro, com a fisionomia bastante cansada, Kan Chuh demonstrava também muita felicidade de voltar para casa, reencontrar a família, com a sensação de dever cumprido. "Eu ralei muito para participar dessa aventura, não queria ficar em casa assistindo televisão e vendo meus 50 anos passando. Queria chegar à minha cidade pelo mar, por isso me preparei para competir na La Charente-Maritime", revelou.

Enfrentar frio e calor - para ele, o sol foi um dos maiores vilões - foram alguns dos desafios de Kan. "Cansaço, medo, preocupação e depressão, eu senti muito isso. É uma regata muito dura, difícil e de alto nível. Exigiu muito de mim. Não pensei em desistir, mesmo que fizesse, era melhor seguir. Imagine você, no meio do mar, sozinho. E se um barco quebrar? Você tem de se virar sozinho", contou.


Brasileiros


O feito de Kan Chuh pode ser mensurado pela pequena participação de brasileiros nessa competição. Apenas três conseguiram atravessar o Atlântico em um mini transat 6.50. Em 2003, o carioca Gustavo Pacheco participou, e em 2009, foi a vez de Isabel Pimentel, também carioca e primeira mulher brasileira que disputou a La Charente-Maritime.


Essa é a 18ª edição da regata internacional La Charente-Maritime Bahia 2011 - Transat 6.50, promovida pela Associação da Grand Pavois de La Rochelle, a cada dois anos. O evento conta com o apoio do Governo do Estado, por meio da Superintendência dos Desportos do Estado da Bahia (Sudesb), Secretaria para Assuntos Internacionais e da Agenda Bahia, Secretaria Estadual do Turismo (Setur) e Bahiatursa.