Crônicas
Jolivaldo Freitas
28/06/2012 às  15:00

LULA E A FESTA DE SÃO JOÃO PELA HORA DA MORTE

Tá tudo pela hora da morte com a seca



Foto: BJÁ
Amendoim raro nas feiras livres e litro pela hora da morte
   O São João no Nordeste foi diferente em vários municípios. Teve festa, teve. Teve licor, teve. Mas teve tristeza das muitas. Na Bahia diversas cidades suspenderam os festejos deixando o santo na mão ou aproveitaram para diminuir o número de dias.

   Sobrou, ainda mais, para São Pedro, que entre todos os santos da estima do nordestino é o do mais baixo clero. Ele perde qualquer disputa com Santo Antônio ou São João, o que é no mínimo uma falta de consideração, mesmo levando-se em conta que ele dedurou Jesus para os romanos e depois arrependido pediu perdão, viu o galo cantar três vezes e não se sabe onde e ainda arrancou uma orelha do soldado romano.

   Isso foi o que aprendi nas aulas de catecismo que minha avó me obrigava a frequentar na Igreja da Boa Viagem e com as missionárias italianas que nunca sou porque se chamava Frida e uma outra que era a professora Lucila.

   Mas a festa de São João não foi lá das boas. Nas bandas por onde estive, tinha licor de jenipapo e maracujá porque a bebida é feita com um ano de antecedência, daí que pode ser que ano que vem falte ou os preços estejam pela hora da morte.
 
   Ninguém fez canjica ou mingau de milho e muito menos milho de cortar, licor de milho, milho assado, milho cozido ou bolo de milho porque o milho estava pela hora da morte, com três espigas custando 1 real e não houve acordo.
 
   Quem procurou também por amendoim para assar, cozinhar, fazer paçoca ou qualquer coisa até mesmo do tipo pecaminosa como aditivo sexual, teve de se contentar em pedir um punhado ao vizinho. O litro estava pela hora da morte. Em alguns casos até cinco reais o litro.
 
   Dava até pena ver as cabras magras, o gado raquítico e as galinhas pagando o pato, sendo depenadas e cozidas para alimentar o homem do campo que não tinha sequer criação para fazer escambo. Nem carne verde tinha conforme a demanda e os marchantes penavam e os donos de restaurantes estão comprando até mesmo picanha em mãos da JBS, aquela grande empresa do ramo, lá do Sul.
 
   Isso. Essa mesmo que queria comprar a Delta, do nefando Cachoeira. A dona de uma birosca de beira de estrada me disse que a carne de boi está pela hora da morte.
 
   Mas, pelo que se viu no noticiário da semana do São João, não somente os sertanejos daqui estão passando sufoco. Lula, sertanejo de Pernambuco, embora cada vez mais paulistano, está enfrentando problemas de tamanha magnitude que baixou suas expectativas, baixou a bola, baixou o nível, baixou a própria autoestima e foi pedir adjutório ao meliante Maluf.
 
   O PT, costado, fica numa situação em que sua imagem está pela hora da morte.


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