14/11/2015 às  12:47

O olmo e a gaivota aborda o tema da gravidez

Para falar com Berni: diogoberni@yahoo.com.br


O Olmo e a Gaivota, co-dirigido pela brasileira Petra Costa (Helena) e pela francesa Lea Glob, Brasil-França,2015.

   A obra fílmica é de uma sensibilidade ímpar por mostrar, e até mesmo desmistificar de que tudo numa gestação seja um “mar de rosas”. Em determinada cena a atriz afirma que se sente carregando um “Alíen” dentro de si. Por essa afirmação podemos ter noção o tamanho desconforto que a bailarina
sentia. 

   Mas partindo do princípio acompanhamos a história real, então trata-se de um híbrido documentário-ficcional, de um casal de atores-bailarinos do famoso cirque du soleil, que na véspera de uma turnê descobrem que estão grávidos.

   O termo usado “grávidos” não foi escrito à toa, pois, do inicio ( desde o teste de gravidez fazendo xixi na caixinha no banheiro de casa) até o nascimento do bebê, no caso da bebê, o marido tenta se mostrar presente na vida da sua esposa. 

   Porém o ator tem de ir à turnê com o cirque du soleil para conseguir dinheiro para as despesas da gravidez, deixando a esposa enclausurada durante cento e vinte dias no seu apartamento sozinha. 

   Com um histórico de mulheres loucas em sua família, a bailarina tem medo de perder a lucidez durante o período de gestação, fato ou cenas estas bem captadas pelo “docu-drama”. 

   O filme é tão visceral que em determinada cena nossa protagonista olha para a câmera e pergunta se fosse o câmera-men que estivesse sendo vigiado vinte e quatro horas por dia, se aguentaria aquela lamúria de uma mulher grávida solitária e visivelmente sensível? 

   Na cena observamos o tom em que a atriz e bailarina Olívia faz tal pergunta, e por muito pouco, não se via atacando-o tal cinegrafista chato com toda sua fúria de carregar um “Alíen” não programado e de certa maneira parar sua turnê que iria fazer com o seu marido também ator da mesma companhia.

   Todavia, fúrias deixadas de lado, o filme é um norteador para quem nunca passou pela experiência de uma gestação. O que fica nítido é a entrega, tanto de pai como principalmente de mãe, neste período. 

   Queria escrever um pouco mais acerca do assunto, mas como nunca tive tal experiência fico naquela de escrever apenas o que captei do filme, e não achando o que pode ser a experiência de colocar no
mundo outro serzinho totalmente dependente de você. O que não resta dúvidas é que trata-se de uma obra fílmica que foge de todos os padrões e aborda um tema que é muito pouco visto na sétima arte.

   O filme, que fez parte da programação do XI Festival internacional coisa de cinema em Salvador e Cachoeira, só entrou em cartaz no circuito por ser uma co-produção Brasil-França, então vamos
aproveitar e ir ao cinema para ver este belo e sensível filme que tanto pode nos ensinar a “marinheiros de primeira viagem”.

                                                                                 *****
    Parceiras eternas, dirigido pela estreante Suzanna Fogel, EUA, 2015.

   Quando somos acometidos a adentrar em uma sala escura de cinema, em regra geral, levamos conosco um principio de expectativa para que a obra mostre um viés social ou mesmo nos instigue a sair da sessão um pouco mais leve.

    Para alguns, filmes, e me incluo neste grupo, são uma espécie de sessão de auto-análise. Entretanto determinadas obras fílmicas não necessariamente carregam consigo tal tarefa de alardear ou nos remeter a esta referida auto-análise, e isto incluo às comédias também, pois nelas você não só consegue
se aliviar das tensões da rotina, mas também se ver em determinados momentos do filme. 

   Mas o nosso filme de hoje não levanta nenhuma dessas bandeiras, é puro entretenimento, e não estou me referindo a uma comédia, mas sim um a um drama.

   O filme começa com uma suposta briga de trânsito entre duas mulheres. Aos figurantes, que fazem a cena tudo parece ser real e assustadora  correm daquela briga, que, quem sabe poderia ter bala perdida. 

    Assim constrói-se a relação das personagens principais: Uma hétero, Paige (Gillian Jacobs) e a outra: Uma homossexual, Sasha (Leighton Meester) , que juram que suas amizade de infância não se destruirá sob nenhuma hipótese com o tempo e no que diz sentido ou refere-se em relação aos seus companheiros
ou ficantes. 

   Agora falar que não quer que sua amizade se abale devido aos contratempos do destino é uma coisa, e concretizar esse desejo é outra coisa absolutamente diferente. As duas amigas inseparáveis vão pegando destinos opostos de vidas. Enquanto a hétero se casa e fica grávida, e homo continua a viver sua vida de festas e namoradas diversas. 

   Preocupada com o destino da sua amiga, a grávida tenta arrumar uma parceira para sua amiga, esta por sua vez fica “p” da vida pela amiga armar um churrasco só para juntar uma com a outra.
Por essas e outras a relação das duas se abala e a amizade “eterna” é coloca sob a prova de fogo. O filme realmente não pretende muita coisa, a não ser mostrar que uma amizade pode ser abalada pelos interpeles do destino, e este de fatonão pode ser mudado. 

  Vale a ida ao cinema pela experiência que ele propõe, ou seja, entrar numa sala escura e refrigerada e começar a mitigar seus anseios e frustrações, e sair conseqüentemente com um sorriso no rosto.


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