Esporte

MEDINA é campeão mundial no surf e esporte será incrementado no Brasil

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Fábio Castanho , EUA | 20/12/2014 às 09:53
Medina beija troféu e alavanca surf no Brasil
Foto: Thiago Bernardes
Conquistar o primeiro título mundial do Brasil no surfe já é mais do que suficiente para palmas e desfile em carro de bombeiros. Mas a caminhada de Gabriel Medina em 2014 reserva feitos que só engrandecem a conquista celebrada na noite da última sexta-feira em Pipeline, no Havaí.

1 – Medina venceu 4 campeões do mundo ao longo do ano. E não perdeu nenhuma bateria

Joel Parkinson, CJ Hobgood, Kelly Slater e Mick Fanning. Os quatro campeões mundiais que correm o circuito mundial não tiveram vez contra o brasileiro neste ano. Nas sete vezes que teve um dos surfistas citados pela frente, Medina elevou o nível de seu surfe. Derrotou Fanning, Parkinson e CJ Hobgood duas vezes cada, e passou pelo 11 vezes campeão Kelly Slater em uma das baterias mais espetaculares do ano: na final em Teahupoo, por apenas três décimos. Um verdadeiro campeão não escolhe adversários. E Medina provou isso.

2 – Um brasileiro só tinha chegado à final do Pipe Masters uma vez, há 38 anos

Pepe Lopez, em 1976, levou o Brasil a uma final em Pipeline. Em um formato diferente, terminou em sexto. Passados 38 anos, Gabriel Medina chegou a uma decisão mano a mano no evento mais tradicional e prestigioso do surfe. Tirou um 10, fez incríveis 19,20, mas foi batido pelo australiano Julian Wilson em uma final eletrizante. O sonho do título em Pipeline foi adiado, mas ele já tem o melhor resultado brasileiro da história no pico.

3 – Só um brasileiro já havia tirado um 10 no Pipe Masters. Até a era Medina.

Renan Rocha, em 2000, cravou uma das melhores performances brasileiras da história com uma nota 10 unânime em um canudo em Pipeline. Seu feito demorou 14 anos a ser igualado. Medina remou para uma direita em Backdoor, dropou atrasado e viu uma cortina fechar a sua frente. Ficou entocado por oito segundos antes de surgir no spray final e levantar o braço. Nota 10 inquestionável. E ainda teve uma nota 9,20 em uma esquerda em Pipeline que não foi suficiente para o título.


Gabriel Medina venceu etapas em ondas de respeito
Foto: Thiago Bernardes / Frame
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4 - O brasileiro fez de seu provável rival por anos um freguês de carteirinha

O havaiano John John Florence, aos 22 anos, tem o respeito de todos no circuito mundial. Brigou pelo título até a penúltima etapa e é considerado, assim como Medina, um prodígio e futuro campeão mundial. Mas já virou freguês de carteirinha do brasileiro. Foram seis encontros em 2014, e seis vitórias de Medina.

5 - Festa na casa australiana com surras em seus heróis

Mick Fanning nas quartas, Taj Burrow nas semifinais e Joel Parkinson na grande decisão. Gabriel Medina fez essa trinca para conquistar o título da primeira etapa do ano. Na Gold Coast, berço do surfe na Austrália, o brasileiro venceu os três heróis locais e já deu uma indicação do que estava reservado para 2014.

6 – Só Slater foi campeão mundial com menor idade do que Medina. E depois vieram mais 10 títulos para o americano

Em 1992, Kelly Slater sagrou-se campeão mundial aos 20 anos e 10 meses e até hoje é o mais novo a conseguir o feito. Gabriel Medina chegou perto, com a conquista do título a três dias de completar 21 anos. Competindo até hoje, Slater ganhou mais 10 vezes o circuito mundial. O brasileiro ainda está em início de jornada e é difícil saber até onde pode chegar.

7 - Medina é o 1º brasileiro a ganhar 3 etapas em um mesmo ano. E só em onda de respeito, incluindo Teahupoo

Os brasileiros adquiriram fama no circuito mundial de se darem bem somente em ondas menores. Mas Gabriel Medina acabou com essa sina de maroleiro. Primeiro brasileiro a ganhar 3 etapas no ano, só lavantou o troféu em locais com ondas de respeito: na Gold Coast australiana, em Fiji e no Tahiti, considerada a mais perigosa das etapas do Mundial. E ainda ficou com o vice em Pipeline. Está bom ou quer mais?