Economia

Bahia possui indústrias essenciais para enfrentar a pandemia

A Bracell produz matéria-prima para a produção de produtos fundamentais neste momento
Vinícius Costa , Salvador | 25/05/2020 às 19:50
Bobina Celolose
Foto: Divulgação

O Estado da Bahia possui inúmeras indústrias com produção essencial para o combate ao Covid-19 e que precisaram intensificar a atividade para fazer frente à pandemia. Nos últimos meses, a indústria da celulose, alimentação, fruticultura, petroquímica e transporte, entre outros, precisaram acelerar a produção e garantir o abastecimento do mercado. Enfrentando dificuldades, adotando rígidos protocolos de segurança para funcionários, fornecedores e clientes, estas empresas continuam a fazer a economia girar. A Bracell, uma das líderes mundiais na produção de celulose solúvel e de celulose solúvel especial com atuação em 31 municípios baianos, produz matéria-prima para a produção de produtos fundamentais neste momento, a exemplo de máscaras, roupas cirúrgicas, toucas, lenços umedecidos, cápsulas de medicamentos, além de alimentos, tecidos, e muitos outros produtos que proporcionam a segurança e o bem-estar de milhões de pessoas ao redor do mundo.


Segundo o diretor Geral da Bracell Bahia, Guilherme Araújo, a organização faz parte do grupo de empresas que não pode parar. “Para nós, fazermos parte deste momento global de combate à pandemia possui um valor inegociável. Estamos focados neste objetivo e delineamos uma série de ações, alinhadas as determinações da Organização Mundial de Saúde (OMS), que permitam a continuidade de nosso trabalho, como implantação de regime especial de turno, afastamento de funcionários de grupo de risco e o controle diário rígido de temperatura das equipes”, disse ele. De acordo com informações da Superintendência de Estudos Econômicos e Sociais da Bahia (SEI), somente no último quadrimestre deste ano, em relação ao mesmo período do ano passado, o segmento de papéis e celulose teve um aumento de vendas na pauta de exportação de 20,2%, em função da alta demanda do consumo papéis para fins sanitários e higiênico.


A indústria de alimentos tem crescido vigorosamente. Segundo João Ramos, diretor presidente da empresa baiana Limiar, que produz 70 tipos de produtos da área da panificação, como pães, biscoitos e massa de tapioca, no último mês de março a produção da empresa aumentou cerca de 40% em relação aos meses anteriores, provocado pela pandemia. “As pessoas estavam ansiosas, comendo mais, se adaptando a esta desorganização social”, disse ele. Já no mês de abril, as vendas reduziram, mas, mesmo assim, continuaram mais altas que os meses normais.  “Nosso produto faz parte da cesta básica de todas as camadas sociais da população e tem um valor agregado baixo. Nestes períodos, logo somos impactados”, disse ele, que aumentou em 10% o efetivo de funcionários. A preocupação agora, é com a alta do câmbio, que pode fazer o preço dos produtos de panificação disparar, em função do aumento do preço dos produtos importados, como a farinha de trigo. “Já estamos com custo maior, mas estamos evitando repassar estes valores aos consumidores, porque a hora é difícil para todos”, disse Ramos. 


O setor da hortifruticultura na Bahia também cresce no período da pandemia. Para Romero Francisco da Silva, gestor da associação Banana do Vale, que reúne dezenas de pequenos produtores, o trabalho no campo continua forte, com investimentos na adequação de EPI´S, higienização de instalações e embalagens e adoção de boas práticas agrícolas e de processamento. Com uma produção mensal de quase duas mil toneladas de frutas, como banana, manga, mamão, melão e melancia, a associação viu o consumo disparar no início da pandemia, o que obrigou a todos a reforçar a produção.

 

Agora, enfrentando o aumento do valor de insumos, como fertilizantes, Romero Francisco luta para adequação do preço. Segundo ele, todos estão mobilizados para o trabalho de abastecimento das gôndolas dos supermercados, conscientes da importância do setor para a sociedade. “Estamos fortalecendo nossa relação com os nossos parceiros comerciais, mostrando que, de forma transparente, se atuarmos juntos, todos sairemos ganhando. Desde o consumidor, que recebe uma fruta saudável na sua mesa, ao pequeno agricultor, que percebe a importância do momento. E tem por vocação, esta agricultura simples, mas comprometida com o futuro”, disse ele.