Economia

Empresa Canadá compra gasoduto Petrobras e petroleiros em estado greve

Do noticiário nacional e fonte do Sindipetro/BA
Da Redação , Salvador | 23/09/2016 às 17:38
Petroleiros da Bahia em estado de greve
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   Consórcio liderado pela canadense Brookfield anunciou nesta sexta-feira que chegou a um acordo para compra 90% da unidade de gasodutos Nova Transportadora Sudeste (NTS), da Petrobras, em acordo de aproximadamente US$ 5,2 bilhões.

   A primeira parcela dos US$ 5,19 bilhões, correspondente a 84% do valor total (US$ 4,34 bilhões), será paga no fechamento da operação e o restante (US$ 850 milhões), em cinco anos, informou a estatal em nota.

   A Petrobras afirma no comunicado que a operação tem grande relevância para o Plano de Desinvestimentos, correspondendo a cerca de 35% da meta de US$ 15,1 bilhões para o período 2015-2016. Essa foi a segunda maior operação de ativos, em valor, realizada pela Petrobras em seu plano de venda. O maior venda anterior foi a participação de 66% do campo de Carcará, na Bacia de Santos, para a Statoil. Ao todo a Petrobras já conseguiu um total de US$ 9,7 bilhões com vendas de ativos.

   A Petrobras informou que o negócio foi aprovado por seu Conselho de Administração. A venda foi feita à Brookfield Infrastructure Partners (BIP) e suas afiliadas, através de um Fundo de Investimento em Participações (FIP), cujos demais cotistas são British Columbia Investment Management Corporation (BCIMC), CIC Capital Corporation (subsidiária integral da China Investment Corporation - CIC) e GIC Private Limited (GIC). A conclusão do negócio está sujeita à aprovação da Assembleia Geral da Petrobras e à aprovação pelos órgãos reguladores.

Na terça-feira, ao apresentar seu plano de negócios para o período de 2017 a 2021, a Petrobras informou que vai vender mais ativos. Sua meta é se desfazer de US$ 19,5 bilhões entre 2017 e 2018. Até então, a companhia pretendia vender US$ 15,1 bilhões entre 2015 e 2016.

Com posição importante no segmento de petroquímica, a fatia da estatal na Braskem — companhia que controla parte da cadeia da produção de plástico e resinas — é alvo de interesse de petroleiras e fundos de investimentos. Relatório do banco BTG Pactual estima que os 47% da petroleira na Braskem valem US$ 2,5 bilhões. Considerando as demais participações da estatal no setor, os ativos petroquímicos são avaliados em US$ 3,2 bilhões.

ESTADO DE GREVE

Nesta quinta-feira, 22/09, os petroleiros da Bahia rejeitaram em cinco seções de Assembleia Geral Extraordinária a contraproposta apresentada pela Petrobrás para o aditivo do ACT 2016 e aprovaram o indicativo da FUP e Sindipetro Bahia, passando, a partir de agora, ao estado de greve e assembleias permanentes.

Eles também aprovaram a “Operação Para Pedro”, que consiste no cumprimento rigoroso de todos os itens de segurança operacional e denúncia de quem descumprir ou assediar os trabalhadores.

Aconteceram assembleias na BR 324, próximo à localidade de Menino de Jesus, em Alagoinhas, na borda nordeste, na Fafen, na UTE  Arembepe/Muricy e no prédio Torre da Pituba. As cinco seções da AGE cobriram todas as unidades da Petrobrás.

O coordenador do Sindipetro Bahia, Deyvid Bacelar, falou sobre os erros e também sobre os muitos acertos do projeto colocado em prática pelos ex-presidentes Lula e Dilma, no Brasil. A categoria petroleira, por exemplo, lembra Deyvid, “obteve mais de 45% de reajuste acima da inflação nos últimos 13 anos, recompondo o salário que foi defasado no governo de FHC, além de conquistar mais de 40 novas cláusulas no ACT”.

Deyvid também chamou a atenção da categoria para que fique atenta e não se deixe enganar pela nova diretoria da Petrobrás que “vem enviando cartas aos trabalhadores como se fosse uma velha  amiga, tentando conquistar mentes e corações, ao mesmo tempo que congela salários, diminui valor de pagamento de hora extra, lança PIDV indiscriminado, vende ativos e entrega o pré-sal”. Para ele “os altos executivos da companhia só estão interessados em seus altos salários, não são nossos amigos e nunca vão ser”.