Economia

Dívida do governo melhora, mas transferências da União seguem caindo

A relação entre dívida corrente líquida (DCL) e receita corrente líquida (RCL), que era de 59% em dezembro de 2015, recuou para 50% em junho
Ascom Sefaz , Salvador | 28/07/2016 às 18:42

O endividamento do governo baiano melhorou no primeiro semestre de 2016, de acordo com o balanço de execução orçamentária publicado nesta quinta-feira (28) pela Secretaria da Fazenda do Estado (Sefaz-Ba).  A relação entre dívida corrente líquida (DCL) e receita corrente líquida (RCL), que era de 59% em dezembro de 2015, recuou para 50% em junho.

As receitas do Estado, no entanto, continuam sob o impacto das perdas com as transferências da União, que registraram queda nominal de 5,13% no primeiro semestre, sem contar a inflação do período. De acordo com o secretário da Fazenda, Manoel Vitório, a nova queda só faz ampliar os prejuízos para os cofres estaduais com essas transferências correntes.

Só com os repasses do Fundo de Participação dos Estados (FPE), lembrou o secretário, a Bahia já havia perdido em 2015 cerca de R$ 1,05 bilhão, valor que teria sido repassado pelo governo federal se o Fundo tivesse mantido o crescimento equivalente ao da receita tributária estadual desde 2012.

Vitório enfatizou que a situação das contas estaduais continua exigindo cautela, tendo em vista as dificuldades enfrentadas também pela arrecadação tributária estadual. O ICMS, principal receita própria do Estado, teve ganho nominal de 4,84% em comparação com o primeiro semestre do ano passado, mas ainda abaixo da inflação dos últimos 12 meses.

 

Compensação

O endividamento melhorou por conta da queda do dólar nos últimos meses e às amortizações feitas pelo governo estadual. Com isso, a Bahia tem mantido sua dívida bem abaixo do teto estabelecido pela Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF), que admite uma relação de até 200% entre dívida e receita. As piores situações são as das grandes economias do país. Rio Grande do Sul, Rio de Janeiro e Minas Gerais já ultrapassaram o teto da LRF, e São Paulo está próximo desse patamar.

Essas unidades, no entanto, foram as maiores beneficiárias do processo de renegociação das dívidas dos Estados em fase de votação no Congresso Nacional, lembrou o secretário Manoel Vitório. O governo baiano, por isso, reivindica da União, junto com os demais estados nordestinos, o ressarcimento de perdas com os repasses do Fundo de Participação dos Estados (FPE), ressaltou Vitório.

 

 

Investimento

Com baixo nível de endividamento e margem para contratar novas operações de crédito, o governo baiano investiu R$ 1,2 bilhão no primeiro semestre, um incremento de 16,5% com relação ao R$ 1,03 bilhão investido no mesmo período em 2015. Ao longo de todo o ano passado, o investimento total foi de 2,29 bilhões.

Entre os investimentos na capital, são exemplos a ampliação do metrô, obras viárias como as linhas Azul e Vermelha, a Via Expressa Barradão/Paralela, a contenção de encostas, a recuperação de ruas do Centro Antigo e a implantação do Centro Integrado de Gestão de Emergências (Cige), que acaba de ser inaugurado. No interior, está em curso uma gama de ações  estruturantes que incluem a recuperação de estradas e a construção de hospitais, escolas e barragens, entre outras obras estratégicas.