Economia

Jacobina ganha fábrica de torres eólicas com invest 30 milhões euros

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Nestor Mendes Jr , Salvador | 22/01/2015 às 21:09
A Bahia conta atualmente com 165 usinas de energia eólica, sendo 33 já em
operação. E por estar liderando a corrida pela energia renovável e limpa, novas
indústrias de equipamentos e componentes industriais para a energia gerada pela
força dos ventos continuam chegando ao Estado. 

No próximo dia 30, em Jacobina, a 340 quilômetros de Salvador, será inaugurada a TEN, 
Torres Eólicas do Nordeste, com investimentos de cerca de 30 milhões de euros, fruto
da joint venture entre a brasileira Andrade Gutierrez e o grupo francês Alstom. A solenidade 
contará com as presenças do governador Rui Costa, do secretário de Desenvolvimento Econômico,
James Correia, e do presidente da Alstom Brasil, Marcos Costa. 

Com a fábrica, serão criados 250 empregos diretos e mais 600 indiretos em Jacobina e região. 
A planta industrial da TEN, instalada em uma área de 140 mil m2, terá capacidade para
produzir 200 torres de aço para aerogeradores por ano. “Escolhemos Jacobina
porque o município está localizado bem próximo aos principais projetos eólicos
da Bahia.

 Vamos garantir mais eficiência nos processos de implantação das usinas, reduzindo os
custos logísticos e aumentando a garantia de segurança do transporte destes
gigantescos equipamentos”, explica Marcos Costa, presidente da Alstom Brasil.

Para o secretário de Desenvolvimento Econômico, James Correia, a energia eólica vai garantir 
uma nova dinâmica na economia do Nordeste – 80% dos parques eólicos estão nessa
região, e mais especificamente ao semi-árido baiano. “É uma região com pouca
diversidade econômica, que agora ganha uma nova fonte de riquezas. Quando todos
os projetos estiverem em operação, em 2020, serão gerados cerca de R$ 30
milhões mensais para os proprietários rurais do semi-árido. Além disso, ainda
tem os empregos gerados na operação do sistema e, agora, na nova fábrica de
torres da Alstom/Camargo Correia”, diz o secretário.

LIDERANÇA 

A Bahia terminou o ano de 2014 na liderança da corrida pela
energia eólica, sendo o único Estado a ter mais de 4 GW contratados,
distribuídos em 165 empreendimentos. Desse total, 33 já estão em operação, o
que representa 841 MW espalhados em diversos municípios baianos: Brotas de
Macaúbas, Sobradinho, Guanambi, Igaporã, Caetité, Sento Sé, Casa Nova, Bonito, Morro do Chapéu,
Cafarnaum, Pindaí, Gentio do Ouro, Licínio de Almeida, Campo Formoso, Riacho de
Santana, Itaguaçu, Umburanas, Mulungu do Morro e Xique-Xique.
A expectativa para 2015 é seja superada a marca de 1 GW em
operação. “Em 2015, caso projetos eólicos contratados venham a se equiparar aos
de hidrelétricas em funcionamento, os ventos se tornarão a maior fonte da
matriz energética da Bahia até o ano de 2020”, diz o Secretário de
Desenvolvimento Econômico.

Com investimentos de R$ 3,4 bilhões, a Bahia concentra a maior parte dos parques de
energia eólica e solar a serem instalados no país, a partir de 2015 - com
previsão de entrada em operação em 2017. O estado foi o principal destaque do
penúltimo leilão de energia, realizado pela Agência Nacional de Energia
Elétrica (Aneel), em fins de outubro de 2014. Dos 62 projetos vencedores, 30
serão instalados em solo baiano (14 solares e 16 eólicos). Juntos, eles serão
responsáveis pela geração de 773,1 MW.

CADEIA PRODUTIVA

A Bahia é líder de investimentos na cadeia produtiva eólica, fruto de uma política agressiva
na captação de projetos e de indústrias para o setor. Na área de pesquisa e
suporte à cadeia produtiva, o governo estadual realizou, em 2013, a atualização
do Atlas Eólico do Estado da Bahia, utilizando novas tecnologias para indicar
as melhores áreas de potencial eólico no território baiano e as principais
características do vento a até 150 metros de altura. O estudo identificou sete
áreas com grande potencial eólico - Serra do Sobradinho, Serra Azul, Morro do
Chapéu, Serra da Jacobina, Serra do Estreito, Caetité e Novo Horizonte, este
último o ponto mais alto da Bahia.

A TEN será a terceira unidade 

eólica da Alstom na América Latina. A empresa possui uma fábrica em Camaçari -
para a fabricação de nacelles - e outra em Canoas (RS). A unidade de Camaçari, inaugurada
em 2011, com capacidade de produção de 300 MW dobrou sua capacidade já no ano
seguinte. Ano passado, com a adoção do terceiro turno, a capacidade local de
fabricação e montagem subiu de 600 MW para 900 MW por ano.

A planta da espanhola Gamesa em Camaçari vai atingir a marca de
500 empregos diretos após a conclusão da sua ampliação este ano. A nova unidade vai fabricar 
nacelles (caixa do rotor do aerogerador) com capacidade instalada de 400 MW/ano. A planta existente monta turbinas para aerogeradores. A empresa iniciou suas atividades na Bahia em 2011 e já investiu um
total de R$ 450 milhões na fábrica.