Direito

Juiz começa ouvir réus da operação sobre prédio Petrobras em Salvador

Com informações da Gazeta do Povo
Da Redação , Salvador | 09/03/2019 às 11:16
Juiz Binat
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A Operação Sem Fundos foi a primeira fase da Lava Jato sob o comando da juíza Gabriela Hardt, que substituiu temporariamente Sérgio Moro. As investigações começaram a partir das delações de Roberto Trombeta e Rodrigo Morales, ambos ligados ao doleiro Alberto Youssef. 

Ao todo, 42 pessoas são réus nessa fase da Operação. Elas respondem por corrupção, gestão fraudulenta, lavagem de dinheiro, desvios de recursos de instituição financeira e organização criminosa.

"Em sua primeira audiência como juiz titular da Operação Lava Jato, o magistrado Luiz Antônio Bonat, 64 anos, que assumiu a vaga de Sergio Moro na 13ª Vara da Justiça Federal do Paraná, ouviu três testemunhas, em evento sem sobressaltos nesta quinta-feira (7).

O juiz, que assumiu o cargo no dia anterior, conduziu a audiência por cerca de três horas e meia, quando foram ouvidas testemunhas de acusação do processo que julga desvios na construção da sede da Petrobras em Salvador (BA).

Durante o procedimento, Bonat se dirigiu aos advogados presentes como “ilustres defesas” e “vossa excelência”, e à representante do Ministério Público Federal (MPF) como “douta procuradora da República” – deferências que normalmente não eram feitas por Moro.

O magistrado também fez jus à fama de discrição. Apesar de a audiência ter sido realizada numa sala especial, em função do grande número de réus do processo (são 42), ele não permitiu a entrada da imprensa nem de observadores externos.

Advogados ouvidos pela reportagem elogiaram o juiz e afirmaram que ele conduziu o ato com serenidade e educação e fez pouquíssimas intervenções. Bonat não interrompeu, nem uma vez, as perguntas da procuradora Isabel Groba Vieira, por exemplo, tampouco dos advogados. Não se manifestou nem mesmo quando caiu a conexão de uma videoconferência com uma das testemunhas – o que ocorreu por duas vezes.

O juiz também não quis fazer perguntas ao doleiro Alberto Youssef, primeira testemunha interrogada na audiência, nem à auditora fiscal Ana Paula Souza da Silva. Ele interpelou apenas o ex-executivo da Odebrecht Fernando Migliaccio da Silva, que era um dos responsáveis pelo setor de propinas da companhia.

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Bonat fez três breves perguntas: quem eram os líderes empresariais do grupo que fizeram pedidos de pagamentos de propina a ele; com quem ele conversou para a realização desses pagamentos; e quais eram os recebedores da propina no caso específico de um réu, o publicitário Valdemir Garreta, que trabalhou em campanhas do PT.

O magistrado é juiz federal há 25 anos, e assumiu a titularidade da 13ª Vara Federal de Curitiba após um concurso interno, cujo critério de seleção era a antiguidade."
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