Direito

MP condecora indicados à 'Medalha do Mérito” em solenidade

Foram duas personalidades e uma instituição contempladas
Da Redação ,  Salvador | 15/12/2017 às 12:41
Desembargadora Neusa Maria Alves da Silva condecorada
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Os serviços prestados à sociedade pela desembargadora Federal Neuza Maria Alves da Silva, pelo sacerdote Deoscóredes Maximiliano dos Santos - o mestre Didi – e pela Fundação José Silveira foram reconhecidos formalmente pelo Ministério Público do Estado da Bahia na tarde de hoje, dia 14. Eles foram condecorados com a 'Medalha do Mérito do Ministério Público', honraria concedida a pessoas e organizações nacionais ou estrangeiras pela prestação de relevantes serviços à sociedade e à Instituição, na defesa dos direitos inerentes ao exercício da cidadania plena e por contribuições à cultura jurídica ou ao MP.

 “O Ministério Público não poderia cumprir a sua missão institucional sozinho. Esta Instituição tem muito orgulho de se cercar de pessoas e instituições que contribuem para a promoção do bem-estar social”, registrou a procuradora-geral de Justiça Ediene Lousado, destacando que cada um dos homenageados muito ajudaram e ainda ajudam o MP na difícil tarefa de promover a cidadania.

Ao receber a medalha e o diploma que compõem a honraria das mãos da PGJ Ediene Lousado e da procuradora de Justiça Márcia Virgens, a desembargadora Neuza Silva expressou a sua emoção e “imenso orgulho”. “Neste momento, as palavras fogem. Ser escolhida para receber esta honraria é motivo de honra e muito orgulho”, disse ela, ressaltando a importância do MP para a sociedade e agradecendo a homenagem. 

A desembargadora lembrou da campanha de racismo recentemente lançada pelo MP baiano e ressaltou o quão brava e competente tem sido a Instituição no cumprimento da sua missão. Neuza Maria Silva é magistrada aposentada e sua trajetória enquanto magistrada contribuiu com a representatividade da mulher negra nos espaços de poder, tendo sido a primeira mulher negra a ocupar o posto de desembargadora Federal no Brasil, assim como o cargo de vice-presidente de um Tribunal Superior.

Mestre Didi recebeu homenagem post mortem. Ele faleceu em outubro de 2013 e foi escritor, artista plástico e sacerdote afrobrasileiro. A honraria foi entregue pela PGJ e pelo procurador de Justiça Geder Gomes à sua filha, Nídia Maria dos Santos. Em nome da família, o professor Gildeci Leite fez os agradecimentos e registrou a felicidade em receber tal homenagem, que “consolida a canonização do mestre Didi”. Um homem negro, patriarca de uma religião outrora perseguida, passa a ocupar a galeria de condecorados de uma casa tão importante como o MP. “Isso é motivo de muita felicidade”, concluiu. 

Mestre Didi publicou livros sobre a cultura afrobrasileira e fez pesquisas comparativas entre Brasil e África, contratado pela Unesco. Fundou e presidiu a Sociedade Cultural e Religiosa Ilê Asipá do culto aos ancestrais Egun, em Salvador, e foi coordenador do Conselho Religioso do Instituto Nacional da Tradição e Cultura Afrobrasileira, que representa no país a Conferência Internacional da Tradição dos Orixás e Cultura.

A Fundação José Silveira foi condecorada em razão do trabalho desenvolvido na área de saúde e atividades que beneficiam cidadãos em situação de vulnerabilidade social. O seu presidente Geraldo Leite agradeceu a honraria e destacou a relevância das  ações realizadas pela instituição para a sociedade. Ele recebeu a medalha e o diploma das mãos da PGJ e do promotor de Justiça Luís Cláudio Nogueira. A FJS realiza, ainda, ações nas áreas de pesquisa, saúde ocupacional, projetos e consultorias voltados à preservação ambiental e ao desenvolvimento sustentável .