Direito

CRISE teria levado engenheiro a matar toda a família no Rio de Janeiro

Com informações de Veja
DA Redação , Salvador | 29/08/2016 às 15:00
Mortes chocantes no Rio
Foto: DIV
Quatro pessoas de uma mesma família morreram nesta manhã em um condomínio de alto padrão na Barra da Tijuca. As evidências iniciais encontradas pela polícia apontam que o engenheiro, Nabor Coutinho de Oliveira Júnior, de 43 anos, assassinou a facadas a mulher Laís Khouri, 48, depois matou os dois filhos Henrique, 10, e Arthur, 6, e se suicidou em seguida. O crime teria acontecido por volta das 6h30 da manhã. De acordo com as condições do local do crime, a polícia acredita que ele teria esfaqueado a mulher enquanto ela dormia e golpeado os filhos ainda no quarto com uma marreta (foi encontrada o objeto no local, junto a manchas de sangue). Depois, atirou os meninos pela varanda do apartamento e saltou em seguida.

Crime na Barra da Tijuca

Os corpos do empresário Nabor Coutinho de Oliveira Junior, dos filhos Henrique e Arthur e da esposa Lais Khouri foram encontrados no Condomínio Pedra de Itaúna, na Barra da Tijuca, no Rio de Janeiro (Reprodução/Facebook)
A polícia encontrou ainda uma carta que acredita ter sido escrita pelo engenheiro, em que está enumerada uma sucessão de referências a problemas de cunho pessoal e principalmente financeiros. No item de número seis do manuscrito divulgado pelo jornal O Globo está escrito:

 “Me preocupo muito deixar minha família na mão. Sempre coloquei eles à frente de tudo e até nessa decisão arriscada para ganhar mais. Mas está claro para mim que está insustentável e não vou conseguir levar adiante. Não vamos ter mais nada e não vou ter como sustentar a família. E da forma como tudo ocorreu sei que meu nome vai ficar queimado nesse mercado (…). Não vou ter onde trabalhar”. No item seguinte, prossegue: “Sinto um desgosto profundo por ter falhado com tanta força, por deixar todos na mão. Mas melhor acabar com tudo logo e evitar o sofrimento de todos”. No quesito oito, o autor arrola suas suspeitas de que poderia perder o trabalho: “E nos últimos dias passei a ser menos envolvido ou copiado nos e-mails dos projetos que estão rolando. Pode ser cisma minha, mas parece já um sinal de que não me querem mais lá”. E prossegue no nove: “Ainda não conseguimos contratar o novo plano de saúde porque estava aguardando a criação do CNPJ. Agora que saiu está com a (empresa) para avaliar preço. Com o histórico médico da Laís e do Arthur será que aprovam? Será que não vai ficar super caro?”. E o trecho divulgado da carta finaliza com o item dez: “Esse contrato que assinei com eles é completamente desproporcional. (…)”.

Até o fim da manhã, policiais da delegacia de homicídios ainda estavam no condomínio Pedra de Itaúna avaliando o apartamento e o local em que os corpos de Oliveira e os filhos caíram, junto à piscina. A família residia em uma unidade do 18º andar do edifício Lagoa Azul. Segundo informações de seu perfil na rede social Linkedin, Oliveira era formado em engenharia de software pela Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), e até junho trabalhou na TIM, onde ocupava o cargo de gerente de marketing sênior da área de serviços de inovação, posto para qual havia sido promovido em junho de 2015. Segundo as informações do perfil, ele começou na empresa em 1998, na filial de Minas Gerais. Nos últimos dois meses, o perfil indica que ele havia assumido o posto de executivo-chefe da empresa Datami, de pequeno porte, especializada em desenvolvimento de soluções para estratégias de marketing por telefonia móvel.

Na mesma rede social, o perfil de Laís aponta que era formada em Comunicação e Publicidade pela mesma UFMG e que seu último emprego foi no cargo de coordenadora de comunicação e treinamento no estaleiro Eisa, de onde saiu em maio de 2013. Ela também trabalhou na TIM de 1998 a 2011. Nascidos em Minas Gerais, tanto Oliveira como Laís, começaram a trabalhar na multinacional italiana na capital mineira e se mudaram para o Rio em 2009. Na sede da TIM, no Rio, onde o casal era bastante conhecido, o clima era de profunda consternação. “Nabor pediu demissão há dois meses e partiu para outro trabalho por uma proposta salarial melhor”, recorda uma colega que pediu para não ser identificada. “Ele era muito tranquilo, trazia as crianças para o escritório, conhecíamos toda a família e estamos em choque.”

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