Direito

APPM diz que após pressão OAB promete audiência por morte de Policiais

Edinei Dantas é diretor de jornalismo da APPM
Edinei Dantas , Salvador | 26/02/2015 às 17:36
Cartaz exibido no encontro
Foto: ILS
    O clima foi de tensão no auditório da sede da OAB, nos Barris, na manhã desta quinta-feira (26), onde ocorreu uma audiência pública para debater a ação ocorrida no Cabula, quando após serem recebidas a tiros, guarnições da polícia militar precisaram revidar culminando com a morte de 12 criminosos e um policial ferido na Vila Moisés, em Salvador. Centenas de agentes da segurança pública surpreenderam os organizadores e exerceram o direito democrático de participar do evento, transformando o que seria um ato de massacre aos policiais, em um debate acalorado.

O Presidente da Associação de Praças – APPM-BA – Roque Santos, fez uso da palavra em defesa da corporação. “Os policiais militares são negros e oriundos de comunidades carentes em sua maioria. Grande parte deles ainda mora na periferia logo, não faz sentido este discurso de que somos segregadores. Temos perdido muitos colegas defendendo vocês mesmos. Temos é que nos unir para resolver o problema da segurança pública”, conclamou que cobrou da OAB, dos Direitos Humanos e do Judiciário atenção aos casos dos policiais mortos em decorrência da função.

O Vereador Soldado Gilvan de Jequié e vice-presidente da APPM-BA também teve coragem de ir até o microfone. “Não se pode separar Sociedade e PM, até porque os policiais fazem parte da sociedade. Como nosso Comandante Geral bem costuma dizer, o policial militar nada mais é que o povo fardado nas ruas. Cinco policiais militares já morreram em 2015 e todos eram negros. Estamos aqui para defender a PM e o cidadão de bem”, disse ele sob vaias da maioria, membros de organizações de defesa dos negros, movimentos sociais e direitos humanos..

Para o soldado Maurício Barros, que esteve presente no encontro, valeu a união da classe. “Realmente estão querendo incriminar os policiais, mas a classe estava lá para questionar os argumentos colocados”, salientou.

O presidente da seccional baiana da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB-BA), Luiz Viana Queiroz, se disse satisfeito com o debate e cobrou rapidez nas investigações do caso que aconteceu no Cabula. Ele prometeu ainda realizar uma audiência para discutir a situação de policiais mortos na Bahia. No dia 12 de março, o governador Rui Costa receberá representantes da OAB Bahia e de movimentos sociais para debater a ação policial no Cabula. "Vamos levar para reunião as propostas que surgiram aqui", afirmou o presidente da OAB.  

A audiência púbica, “Limite para o uso da força pela polícia”, contou ainda com a presença do vice-presidente da Comissão de Direitos Humanos da OAB, Eduardo Rodrigues, do secretário da comissão, Jerônimo Mesquita,  e do coordenador da campanha "Reaja ou será morto (a)", Hamilton Borges, além de representantes da Defensoria Pública, do Ministério Público, da Secretaria de Justiça, Direitos Humanos e 
Desenvolvimento e de familiares dos jovens mortos.