Direito

PM faz operação tartaruga e Carmen Lúcia do STF julga habeas de Prisco

Criminalidade aumenta em Salvador e RMS
FSP/A Tarde , Salvador | 20/04/2014 às 09:35
Soldado Prisco continua preso em Brasília
Foto: FSP
  Apesar de voltarem às ruas no final da manhã de sábado após passarem a madrugada de ontem recolhidos em quartéis, em protesto contra a prisão de Marco Prisco, vereador em Salvador pelo PSDB e líder da greve ocorrida durante a semana , os policiais militares da Bahia deram início a 'operação tartaruga'. Eram atendidos apenas casos urgentes ou que envolvessem policiais.

   "Vou cumprir as 12 horas do turno, mas sem registrar ocorrência. Viemos para a rua porque o comando ameaçou nos demitir", disse um soldado que pediu anonimato. As informações foram publicadas no jornal Folha de S. Paulo.

  Em uma delegacia movimentada de Salvador, a "greve branca" se fazia notar: até 15h nenhum PM havia aparecido para registrar ocorrência. O comandante da PM baiana, Alfredo Castro, confirmou que houve aquartelamento "em maior ou menor escala" pelo Estado. Durante a madrugada de ontem, ele articulou uma carta para tentar acalmar os ânimos, mostrar que uma nova greve prejudicaria uma possível liberação de Prisco, e que a prisão foi motivada por questões da greve anterior da PM, de 2012, que o vereador também liderou.

Mesmo com tropas federais, houve ao menos 16 homicídios na Grande Salvador (que tem média de cinco por dia) e cinco em Feira de Santana (média de um por dia) entre 19h de sexta e 7h de ontem. O governo Wagner não havia se manifestado sobre o problema até o começo da noite. Nos bastidores, assessores tratavam a situação como uma questão da PM.

Preso na Papuda

O pedido do habeas corpus em favor do vereador Marco Prisco, líder da greve da PM na Bahia que terminou na última quinta-feira, 17, passará a ser avaliado pela ministra do Supremo Tribunal Federal (STF) Cármen Lúcia, de acordo com o advogado Tiago Dinoemerson, que faz parte da equipe que defende Prisco.

Inicialmente, divulgou-se que o pedido de soltura do presidente da Associação de Soldados, Bombeiros e seus Familiares (Aspra) seria analisado o presidente Joaquim Barbosa, mas após sorteio interno, o caso foi encaminhado para o ministro Ricardo Lewandowski. Como ele está viajando, o processo foi repassado para a ministra Cármen Lúcia.

O advogado diz que o pedido já está sendo analisado pela ministra, mas que ela ainda não se pronunciou. A expectativa é que a decisão seja divulgada em breve, já que foi solicitada urgência no caso.

O vereador foi detido na última sexta, 18, em um resort em Costa do Sauípe, no litoral norte baiano. Ele está detido no Complexo Penitenciário da Papuda, em Brasília.
Prisco responde a uma ação penal por oito crimes relacionados à greve de 2012, quando também ficou à frente da liderança do movimento.