Cultura

DICAS DO SERAMOV: COMO CONVIVER COM AS NOVAS TECNOLOGIAS, NOSSA ALIADA

A pandemia do coronavirus está apressando o uso das novas tecnologias, um fenômeno mundial
Tasso Franco , da redação em Salvador | 11/04/2021 às 11:36
Estudando psicologia on-line na Faculdade Santa Casa
Foto: OG
  O jornalista Tasso Franco publicou neste domingo, 11. o 29º texto do seu livro "A Mão Espiritual de Seramov - linhas que iluminam o seu futuro" falando ainda sobre as novas tecnologias. Leia abaixo e os demais no Wattpad.

                     COMO CONVIVER COM AS NOVAS TECNOLOGIAS, NOSSA ALIADA

   
   Voltamos a falar sobre a inteligência artificial e a robótica. A pandemia do coronavirus com confinamento social está apressando maior usso desses sistemas.

   Já tínhamos falado no programa anterior sobre esse assunto e mostrado as fases da inteligência artificial. A IA da Internet, a IA de negócios, a IA de percepção e a IA autônoma. 

   Vamos aprofundar o tema porque com o coronavírus esse processo tá se radicalizando, está se aprofundando. Está chegando mais rápido à sociedade e as grandes empresas nessa área de comunicação, na área de tecnologia, não vão sofrer nada. Pelo contrário, esses gigantes - Google, Facebook, Amazon, Microsoft, Baidu, Alibaba, Tencent - e outros, centenas, milhares ligados a esse sistemas estão ganhando porque o futuro está aqui. Não o futuro, o presente.  

   Como o coronavírus está apressando essa situação os brasileiros estão despreparados para enfrentar esse problema. Para a inteligência artificial (a robótica) não existe vacina ou você, ou o país, se qualifica, se moderniza, passa a desenvolver sistemas de inteligência próprios, aperfeiçoa a educação ou vai ficar para trás. É o que já tá acontecendo conosco no Brasil, Infelizmente.

  O coronavírus revelou o que nos estudos de antropologia chama de “homem invisível”. 50 a 70 milhões de brasileiros estão nessa situação. Vocês estão vendo aí na fila da Caixa. São pessoas que não tiveram educação, não tiveram qualificação e hoje tão dependendo de uma ajuda do estado, ajuda do governo. Isso vai se aprofundar muito com o avanço das novas tecnologias, da inteligência artificial, da robótica; não há saída. 

   Já se discute, em nível mundial, a RBU - Renda Básica Universal. É o que nós estamos vendo no Brasil hoje. Uma renda básica esta sendo paga, as pessoas sem qualificação profissional e que não têm como sobreviver e passam fome. Os governos estaduais e municipais também oferecem cestas básicas para familias de estudantes, garis, motoboys, trabalhadores informais e outros. 

   Isso vai se aprofundar a partir dos anos (provavelmente) 2025/2030 com muita força e essas pessoas não estão preparadas. Não só no Brasil mas em outras partes do planeta para enfrentar essa realidade que já tá presente.

   Divesh Makan  é um cientista e empresário na área de IA do Vale do Silício nos Estados Unidos. Aponta alguns alguns caminhos que já estão acontecendo e que vão se aprofundar daqui para frente. E que os governos precisam estar atentos. A sociedade de uma forma geral precisa estar ligada. Colocar seus filhos para estudar. Todo o país que foi para frente teve que mexer na educação.

  O primeiro movimento que enfrentamos é o E-Commerce. Com a pandemia houve um avanço do comércio online. E com o passar do tempo, depois da pandemia vai ser uma mudança radical. As lojas vão ter que se modificar, o varejo, o atacado, e o que já tá acontecendo agora vai ser uma coisa muito mais profunda.

  A  primeira vez que eu vi um computador de mesa foi em 1987. Nós trabalhávamos na Bahia (eu sou jornalista) em maquina de escrever e nas lojas, nos escritórios, não existiam computadores. Tudo era na base da máquina de escrever e da mão. Fui morar na casa de uma família, em Londres, e quando cheguei lá tinha um computador de mesa. O marido da dona da casa era um técnico na área de saneamento, desenvolvia programas. E existia no bairro (Hendon) uma loja com os estoques das mercadorias em computação.

  A loja tinha um depósito enorme e uma pequena área de exposição das mercadorias em catálogos com milhares de produtos. Você chegava e dizia “Olha eu quero comprar esse violão aqui ó”.  O vendedor vinha, anotava, passava por uma portinhola e mandava  você guardar um pouco. Com quatro, cinco minutos o violão chegava na sua frente. Você testava e aprovava a compra. Ele lhe dava uma senha, você ia no caixa, pagava e levava o violão. 

 Em Salvador, uma loja avançou na segunda fase deste processo. Na Mouraria, há várias lojas de produtos ortopédicos. Você chega numa das lojas para comprar uma meia, um colete. Há uma bancada, os atendente cada um com um computador, não tem balcão, é uma bancada de computadores. Você chega com uma receita de uma de compressão e diz:  “Eu quero uma meia dessa e apresenta receita médica”. O atendente  tecla no computador o seu pedido, mostra na tela o produto, você aprova, recebe uma senha, vai ao caixa, paga e depois se desloca para um balcão de entrega.

  Então você vê que o sistema está quase todo computadorizado. E uma terceira fase que nós estamos vivendo com mais intensidade que é o comércio feito sem sair de casa. Hoje, você compra essa mesma meia sem sair da coisa. Compra uma bicicleta, um veículo, um livro, halteres, comida, uma infinidade de produtos. Você entra no computador, tecla lá o que você quer, passa o cartão e a empresa entrega o produto na sua casa. Nesse novo processos foram eliminados, o expositor, o catálogo, o vendedor, o despachante, a loja, a energia, água e outros.

 Tenho 5 livros à venda pelo site da Amzon.com impressos nos EUA e vendidos em qualquer parte do mundo. Não conheço ninguém da Amazon, nunca falei com ninguém de lá e todo o processo foi feito on-line. Elininei todos os intermediários na produção de um livro industrial normal, a livraria, lançamentos e outros.

  Essas mudanças estão sendo radicais. Vão ser mudanças nas lojas, mudanças dos sistemas e aí vem o desemprego porque não vão precisar de tantas pessoas trabalhando para o atendimento. 

   Outra mudança que estamos presenciando é na educação. Um professor para um milhão de alunos. É possível isso? É. A pandeia ensinou a SEC Bahia a implantar o sistema remoto (on-line) para 2 milhões de alunos. Estudo psicologia na Faculdade da Santa Casa, on-line. Sem esse sistema não teria tempo para fazê-lo. As escolas particulates do ensino fundamental no Brasil estão online. E esses sistemas vão avançar nas públicas e nas privada; não tem errada. No futuro, poderá haverá um ensino hibiro. O presencial puro não acontecerá mais.

   Hoje você pode fazer um curso ministrado no Reino Unido, na Irlanda, nos Estados Unidos ou no Canadá pelos sistemas online. Esta mudança na educação vai ser radical e se o Brasil não acordar para isso, sair de bandalheira de discussões inúteis, nós vamos ficar para trás. Todos os países só avançaram os que fizeram reformas drásticas na educação. E agora com os sistemas online vai ser possível, vai ser uma mudanças, mudança de professores, salas online, videoconferência, vai ser e já é uma revolução.

 Outra mudança radical está acontecendo no sistema de saúde. Nós estamos vendo que é preciso valorizar mais o profissional de saúde, agora nós estamos vendo com o coronavírus o que esta acontecendo. Mas a mudança vai ser também a partir daí. Hoje, na Bahia, faz-se cirurgias de bexiga de câncer com robô, em vários campos de urologia e outros.

  O Hospital Geral do Estado, Roberto Santos promove visitas virtuais na UTI. Você não vai precisar mais ir no hospital para ver uma pessoa, um familiar numa UTI. Que é um drama você ficar ali naquela porta e tal. E muita das coisas que o atendimento pessoal, você vai ter que controlar pelo computador.

  O Google Med já é uma realidade. Você já controla uma séria de procedimentos (pressão, batimen tos do coração, taxas de insulina, etc) pelos sistemas computadorizados, pela inteligência artificial. E a inteligência artificial vai propiciar também avanços na medicina, na cirurgia de cabeça, na cirurgia do coração e vai ser uma mudança, já está sendo uma mudança, fenomenal. 

 Uma outra questão que Divesh fala é sobre o globalismo versus o protecionismo. Nós vivemos hoje no globalismo, tudo esta globalizado.  E o Brasil sofre com isso porque você não tem tecnologia, aqui não tem muita tecnologia.

  Então usamos gravatas italianas, camisas impressas em 3D, óculos com lentes importadas, quer dizer você não desenvolve processos tecnológicos para que o país possa é sobreviver. E o que acontece, hoje a China  e os EUA já estão nessa briga do protecionismo versus o globalismo. 

  No último Carnaval de Salvador os produtos Made in China tomaram conta do mercado. Perucas, adereços, colar de índio, pulseiras, etc. Quer dizer, nós perdemos a capacidade até  de fabricar argola, anel, pulseirinha de carnaval, adesivo… estamos ficando completamente para trás. 

   Então essa guerra entre o  globalismo e o protecionismo, ela vai se dar com mais intensidade, não só no Brasil mas também nos países desenvolvidos.

 Vamos as cinco dias do Seramov, as cinco flechas douradas:

 1. Como enfrentar o globalismo? Mudar o foco das nossas discussões internas. Ainda vivemos discutindo racismo, aborto, feminismo, machismo, reforma agrária, temas sociais outros, quando deixamos de lado o essencial.

 2. O Brasil é o único país no mundo (hospício) onde as políticas de enfretamento a pandemia são dissociadas. Ou seja, o governo federal e um lado e estados e municípios do outro. Não pode dar certo, como não está dando. É urgente organizar esse meio de campo.

 3. Implantar uma agende ampla para requalificar "os invisíveis". Um dos maiores problemas brasileiros com 70 milhões de pessoas dependendo uma bolsa coronavac.

 4. A revolução na educação on-line vai ser espantosa e o Brasil precisa se inserir nesse contexto com um projeto nacional bem estruturado.

 5. As novas tecnologias e a IA vieram para nos auxiliar e não para atrapalhar. Vamos conviver com elas, tirar proveito delas, como já estamos fazendo na medicina.