Cultura

A PROMETIDA DE ZORTH 25: DESPEDIDA DE SOLTEIRA DE ZARAM CAUSA NA SERRA

Na Casa Rosada deu de tudo com as minas se revelando no espaço social
Tasso Franco , da redação em Salvador | 10/04/2021 às 10:15
A despedida de solteira de Zaram na Casa Rosada
Foto: Seramov
   O jornalista Tasso Franco publicou neste sábado, 10, o 25º capítulo do seu novo livro "A Prometida de Zorth - o alfa supremo" no aplicativo literário Wattpad sobre as despedidas de solteiro de Zaram e Zorth. Leia abaixo e os demais capítulos no Wattpad.

                                                                         CAPITULO 25
                                        

                                      AS DESPEDIDAS DE SOLTEIROS DE ZARAM E ZORTH AGITAM A SERRA
 

    Mentira pura o que Anna falara a Júlia. Intriga. De fato, os blogs não davam pistas das despedidas de solteiros do Alfa e de Zaram. Só se soube depois o que aconteceu pelo tititi que circulou nas rodas societys - onde tudo se sabe - como dizia o árabe Ibrahim. 

   A despedida de Zaram foi na Casa Rosada, um local das chiques onde madames jogavam baralho, fumam cigarrilhas e têm encontros salientes. 

   Nem sempre foi assim. A Rosada também oferece chá das 5, palestras sobre vinhos, cursos de culinária francesa, aulas de pontos de crochês de Portugal, coisas para ricos.

    Era famosa na Serra por ter sediado as comemorações dos dez anos de solidão da Viúva Ruiva, uma madame arisca, rica, herdeira da fortuna do doutor Fontoura que fora para o céu ainda sessentão e deixara a esposa que tanto amava com uma fortuna. 

   Amor que era recíproco. A viúva adorava o Fontoura, homem bom, gentil man, a levara para a Europa várias vezes, mas um infarto fulminante levou-se ao céu. E a reunião na Rosada longe de ser uma comemoração, era na verdade uma homenagem à memória ao grande cirurgião.

   A champagne rolou solta e tudo veio se saber depois com os versos poéticos do Serafim Alves, o qual editou um cordel intitulado “A Viúva Devassa” com capa do desenhista Seramov, detalhando em prosa que a Ruiva foi tomada por um desejo sobrenatural no evento.

   Narrativa do Serafim, diz que o álcool teria mexido com seu cérebro, ela subiu numa mesa da Rosada, no salão Vip, taça em punho, rodou a baiana, foi retirando peça por peça das vestes - sob aplausos das madames - cada uma delas gritando mais alto “tira-tira-tira”, até que ficou pelada como veio ao mundo.

    Escorria o líquido da champagne pelos seios até atingir a intimidade, uma mata Atlântica, abriu a floresta e ofereceu para quem quisesse dar uma pitada, uma cafungada. E teve uma madame de red que adorou o perfume da floresta e uma outra de blue que delirou.

   E vocês pensam que houve algum escândalo, que a viúva quis processar o poeta Serafim? Nada disso, chamou-o em sua mansão e deu-lhe uma grana para editar mais cordéis já que os que produziu na Gráfica de Ernesto estavam esgotados. Adorou. Deu entrevistas na Mundial, no Elástico e ficou famosa.

   Foi nesta casa, neste salão, no Vip, que Zaram fez sua despedida de solteira. Só meninas tops. A nata. Celulares nas bolsas. Só filmagem do pessoal da casa e fotos. Salgadinhos nas mesas, rabos de tatu e empadas de camarão. Garçons com máscaras de Veneza servindo champagne, música animada e atrações.

   A noiva estava com roupinha casual. Aliás, todas estavam assim, roupinhas descontraídas, altos discretos, blusas top, maquiagens simples. Os cumprimentos a noiva eram beijinhos pra lá, beijinhos pra cá, desejos de felicidade.

   Um sininho tocou e entrou em cena um Mickey, um man vestido de rato da Disney, calda longa, cabeçorra do rato, o som alteou e ele saiu circulando pelo salão e abrindo e fechando os braços. As meninas batiam palmas sincopadas. 

   Dez minutos depois o Mickey tirou a veste felpuda e calorenta e ficou só de pantufas, cueca  box CC branquinha, sedutora. 

   As meninas vibraram. As palmas ficaram mais altas. Uma danadinha foi dançar com o ratinho no centro do salão. Roçava sua intimidade na box. De repente, abaixou a peça intima do man. 

   A danadinha tirou a box, cheirou e jogou para as colegas. Duas outras salientes disputaram no tapa a peça. Cafungaram. 

   O Michey saiu de mesa em mesa exibindo os seus dotes. Pegou uma cereja e um tubo de chantily e colocou para ver se pegava algum peixe. A lolinha, dentucinha, não resistiu, comeu a cereja e lambeu o chantily.

  Não foi a única, outras também fizeram isso, enquanto tudo era filmado e fotografado como nas melhores casas de Londres, das Baleares, de Paris, do Rio de Janeiro.

   Festa de despedida maravilhosa. Ainda teve a performance de um cowboy com uma vaqueira, ele que chegou ao salão todo paramentado - botas, perneiras e chapéu texano - e ela uma vaqueira estilizada. Hábil, ele laçava a mina e mostrava que era bom de laço, de dança, com música countrey. As minas iam a loucura e gritavam olé.

   A vaqueira tomou-lhe o laço e saiu do palco. O man tirou as perneiras e ficou só de botas e chapéu. Uma perfeição, um Zeus. A vaqueira voltou e caiu em seus braços. Montou no cavaleiro, deu um giro de 90 graus e encaixou. E as girls a entoar afunda, afunda, afunda.

   Que maravilha de despedida. Cada uma levou pra casa uma lembrancinha da noiva, um perfume francês com dizeres de gratidão num bilhete.

                                                                     *****

  A despedida de solteiro de Zorth foi mais discreta. 

  Deu-se na Topazio Churrascaria. No salão azul coma presença de mans gatos, deuses.

   Para animar os boys dois pocketes shows com duplas de minas, “As Serpentes” e “As Escovinhas” dancinhas bem ensaiadas, sem dar muito tesão nos mans que estavam mais interessados no gim e no scotch e no respeito e simpatia ao rei, ao comandante da alcateia.

  No reservado da Topazio, para quem quisesse se distrair mais tarde havia umas vadias da Girls da Serra e Sex, frutinhas de primeira, estudantes universitárias. A turma de Célia Cachona, frutas silvestres. 

   A Moranguinho, baixinha bundudinha, garganta profunda; a Manga Rosa, língua elétrica; a Jaca Dura, barriga sarada; a Uva Negra, esguia, enorme; a Maça do Amor, love, dengosa; a Jabuticaba, morena audaz; a Pinha, docinha, docinha; e a Cajá, azedinha, azedinha. 

  Frutas para todos os gostos e prazeres.

  Não se sabe de nada o que se passou nessa sala e pouco foi falado da despedida de solteiro do Zorth, salvo que a galera secou vários tubos do malte, cantou e dançou como cossacos.

   Os noivos, pois, estavam prontos para o casório.