Cultura

OLODUM: MÚSICA, POESIA, CIÊNCIA E TECNOLOGIA. CARNAVAL 2020

E, assim, celebraremos, no carnaval de 2020 os 40 anos do Olodum, com uma linda e poderosa história das mulheres….
Da Redação , Salvador | 21/01/2020 às 11:40
O Olodum e a ligação com o Egito
Foto: Adenor Gondim
  No carnaval de 2020, o Bloco Afro Olodum terá como tema “Mãe, Mulher, Maria, Olodum - Uma história das mulheres”. Ao completar 40 anos, re- solvemos homenagear as mulheres. Com isso, propomos uma imersão em suas histórias de lutas por direito a igualdade, suas criações na musica, poesia, ciência e tecnologia e seus avanços. Falaremos da sua presença no berço da vida - o continente africano, começando por Lucy, na Etiópia e perpassando por mulheres em diferentes países do mundo.

  Já nos anos 80, o Olodum elegeu Cristina Rodrigues, em 1983, como sendo a primeira mulher presidente eleita de um bloco Afro. Juntamente com ela e, a partir daí, varias outras diretoras atuaram na instituição, a exemplo de: Kátia de Melo, Vitória Cristina, Marcia Virgens, Joselita Santana, Aida Santos, Rosete Miranda e Maria Alice Silva, e na Banda Olodum iniciava sua carreira Andreia Reis a primeira maestrina de Samba Reggae e que fizeram história no bloco afro.

  Anos depois, voltamos a falar sobre o papel da mulher em um tema de carna- val (Moçambique), com Josina Machel e Graça Machel. Em 1987, foi a vez de falarmos da Deusa Isis, que proclamou matrimônio com Osíris (Egito), descobrimos Ranavalona III, de Madagascar, em 1988 e a Rainha Makeda de Axum (A poderosa Rainha de Sabá), na Etiópia, em 1989. E com um tema sobre o Nordeste e o Saara em 1990, Surge Maria de Bonita e a cangaceira Dadá do Grupo de Lampião.

  Em 1991, falando a respeito das mulheres, nascia o Seminário “Mãe, Mulher, Maria, Olodum”, e toda uma grande geração de mulheres na gestão do Olo- dum e da Escola Olodum: Celia Ferreira, Alcione Militão, Dora Dias, Cristina Rodrigues, Rita Castro, Ana Luzia, Rita Rodrigues, Ana Margarida, Simones Magalhães, Cristina Calacio, Mara Felipe, Vanusa Santana, Eunice Rodrigues, Magda Silva, Carolina Pereira, Tainã Ribeiro, Adriana Rocha, Gabriela Gomes,

  Maria das Graças, Bernadete Vale, Carla Pita, Linda Rosa, Alice Barbara, Nina Mandin e Jo Guimarães, Dora Lopes, e as conselheiras consultivas in memori- an: Dona Alice dos Santos Silva, Dona Elvira, Makota Valdina, o que demonstra a força da mulher na luta por direitos e, em especial, no Olodum.

   Agora será a vez de homenagear várias mulheres brasileiras: Luisa Mahin, Ze- ferina, Maria Quitéria, Maria Filipa, nas lutas pela independência do Brasil        e :Chiquinha Gonzaga, Leila Gonzalez, Zezé Mota, Lecy Brandão, na música popular, no samba, na academia, na ciência, na poesia, e no compromissos so- bre a luta das mulheres e contra o racismo, estas mulheres do Brasil moderno serão inspiração para a arte e as composições de novas canções do Samba Reggae Olodum e dos desfile do carnaval 2020.

  Várias musicas da Banda Olodum passaram a falar e a tratar de temas liga- dos à mulher com destaque para “Musa Negra” de Cruz,“Mel Mulher” de Lula Novaes e Sandoval Melodia, “Musa Negra (Josina Machel)” de Guiguio, “Seduz” de Wesley e Paulinho, “A Ver navios (Mãe, mulher, Maria, Olodum)" de Valmir Brito e Roque Carvalho, “Deusa do Amor”, da dupla Adailton Poesia e Valter Farias, “Rosa” de Pierre Onassis e, mais recente, “Sereia” de Alisson Lima.

  Nos últimos anos, diversos temas do Bloco Olodum voltaram a falar sobre as mulheres e ou destacaram seu papel, a exemplo de “Ashanti - O trono Dou- rado e a Rainha Yaa Asantewaa” (2014), “Deusas das Aguas, Oceanos, Rios e Lagos” (2018). No Festival de Músicas e Artes Olodum, diversas mu- lheres importantes foram homenageadas com o Troféu Ujaama a exemplo de Mãe Stella de Oxossi, Makota Valdina e a cangaceira Dadá, sendo que em 2018 foram dez as mulheres homenageadas por seu trabalho na sociedade e por sua luta no Olodum. Com o tema “Mãe Mulher, Maria, Olodum - Uma História das mulheres, de deusas, orixas, inquises, tais como, Nut, Isís, Hathor, Nefti- sis, Maat, Sekhemet,

   O Carnaval do Olodum de 2020, visa ampliar o debate a respeito das lutas e dos direitos das mulheres, contando as historia delas, desde Merith Ptah, ou a Amada de Ptah, 2.700 a.C no Egito africano, médica ginecologista, obste- tra e pediatra, que chefiava uma equipe de vários médicos, e á baiana Viviane dos Santos Barbosa *, cientista e engenharia química e bioquímica, com es- tudos focados na nanotecnologia, bem como lidar com a diversidade e o prota- gonismo destas na música, na poesia, na ciência e tecnologia e nas lutas políticas.

  O Olodum foi fundado em 25 de abril sob a influencia das estrelas Siriús e da Deusa egípcia Ísis, vista como uma grande mulher e mãe, no período em que se anuncia as enchentes do Rio Nilo. Desta forma, seremos no carnaval de 2010, um navio com todas e todos: as rosas perfumadas, as deusas do amor, as mulheres dos quilombos, das revoltas Urbanas, as mulheres do cangaço, as estrelas no céu, as lobas das nações e povos, da mãe do homem, Lucy da Etiópia á senhora Catarina Paraguaçu, uma mulher indígena, a mãe ances- tral de todos os baianos, em um único momento, o Carnaval do Olodum de 2020…

   E, assim, celebraremos, no carnaval de 2020 os 40 anos do Olodum, com uma linda e poderosa história das mulheres….