Cultura

SANTUÁRIO DE SANTO ANTONIO EM LISBOA LOCAL ONDE NASCEU GLORIOSO SANTO

A igreja primitiva data do século XIV e a atual do século XVIII após terremoto que destruiu Lisboa em 1755
Tasso Franco , da redação em Salvador | 13/01/2020 às 08:20
Igreja e santuário de Santo Antonio, em Lisboa
Foto: BJÁ
   Em 2020, completa-se 825 anos do nascimento de Santo Antônio, em Lisboa, filho de Martinho de Bulhões e Maria Tereza Taveira, sendo batizado na Sé Catedral com o nome Fernando Martinho de Bulhões. Morreu em Arcela, Pádua, em 1231, ainda jovem peregrino franciscano menor. 

   A casa dos seus pais, em Lisboa, local onde nasceu, se transformou no santuário e igreja de Santo Antônio a partir de sua canonização um ano após sua morte, em 1232. A atual igreja data do século XVIII erguida após terremoto de 1755, no estilo barroco, ao contrário do manuelino primitivo. Há criticas de historiadores sobre esta decisão.

   O solar dos nobres Martinho e Teresa foram adquiridos pelo Município Lisboense e transformado em igreja e entre 1326 e 1753 onde funcionou neste local o Senado Camário e dom João I recebeu a bandeira da cidade, época de restauração da independêmcoa da Pátria. Lembre-se que Lisboa foi ocupada pelos árabes e libertada pelo rei Afonso Henrique com a ajuda dos templários, inicio do século XII.

   Ignora-se o ano preciso em que o solar paterno onde Santo Antonio viveu até 1210 data de sua entrada no Convento de São Vicente de Fora foi transformado em igreja. O historiador Freire de Oliveira atribuiu ao segundo ou terceiro quartel do século XIII.

   O certo é que já existia em 1431 quando foram transladados de São Vicente por dom João bispo de Viseu os restos mortais da mãe do santo que estava numa das capelas e foi destruida no terremoto de 1755.

   Dom João II destinou à reconstrução da Casa de Santo Antonio e ao novo oratório 1000 justos de ouro e dom Manuel I, século XVI, seu sucessor foi além em generosidade e esta igreja basílica "é digna de tão singular Taumaturgo e da munificiência de tão venturoso monarca". É o que se lê nos livros de tombo. 

   Todos os reis de Portugal até dom Pedro II (1706) contribuiram generosamente com o esplendor da igreja. Dom João V converteu a basílica manuelina num dos mais suntuosos templos de sua época  Em 1 de novembro de 1755 foi destruida pelo terremoto.

   A igreja foi reconstruida a partir desta data pelo arquiteto da cidade major Mateus Vicente, em estilo barroco, com capela mor retangular e 4 altares - o do Santissimo, o do santo Cristo e do Espírito Santo e de Nossa Senhora da Conceição. O altar mor é o do Santíssimo. Quadros de Pedro Alexandrino (1787). 

   A cripta (quarto onde nasceu o santo) tem 2.33 de largura e 2.1 m de altura. O atual desnível provém do alteamento do solo ao longo de 7 séculos. Nos 750 anos de morte do santo o papa João Paulo II esteve local onde rezou. É aberta a visitação pública, entrada gratuita.

   No altar da cripta há uma lápide de 1859 com a seguinte inscrição: "Nesta casa, segundo a tradição, nasceu Antonio que nos foi roubado pela gloriosa morada do Céu".

   Milhares de pessoas visitam a igreja diariamente e as doações são voluntáriasem pães ou moedas. Há uma loja de artigos do santo nas proximidades da sacristia. Visita emocionante. (TF)