Cultura

Cineclube Boca de Brasa inicia sessões com bate-papo nesta sexta-feira

O filme escolhido para dar largada à atividade é o documentário baiano “Axé – Canto do povo de um lugar”
Secom Salvador , Salvador | 26/04/2019 às 07:41

A Prefeitura, através da Fundação Gregório de Mattos (FGM), apresenta a primeira edição do Cineclube Boca de Brasa nesta sexta-feira (26). Serão realizadas duas sessões gratuitas e com direito a pipoca, sendo a primeira, às 14h, no Boca de Brasa CEU Valeria, na Lagoa da Paixão. Às 19h, acontece a segunda sessão, desta vez no Subúrbio 360, em Coutos.

O filme escolhido para dar largada à atividade é o documentário baiano “Axé – Canto do povo de um lugar”, dirigido por Chico Kertész que assina o roteiro juntamente com o pesquisador James Martins. Lançado em 2017, Axé revela com detalhes a história da axé-music, apontando elementos determinantes para o nascimento desse gênero musical genuinamente baiano.

No elenco do documentário, diversos grupos e artistas que contribuíram para a criação da axé-music e o desenvolvimento até os dias atuais, dentre eles as bandas Araketu, Asa de Águia, Olodum, Reflexu’s, Chiclete com Banana, É o Tchan/Gera Samba e Timbalada, e cantores como Bell Marques, Caetano Veloso, Carlinhos Brown, Claudia Leitte, Daniela Mercury, Gilberto Gil, Ivete Sangalo, Luiz Caldas, Márcio Victor, Sarajane, Gerônimo e Saulo.

Após a exibição do documentário, acontece um bate-papo musicado mediado por Dayane Sena, professora da Oficina de Cinema do Boca de Brasa. Os convidados são James Martins, pesquisador e roteirista do filme, e o cantor Pierre Onassis, que brindará o público com algumas das canções de sucesso. "Talvez esse filme desperte a união que é tão necessária. Tem que haver integração. A música foi forte, mas enfraqueceu depois que essa integração deixou de ter. Um filme como esse desperta essa necessidade para a gente se reagrupar, se reorganizar e ver que juntos somos mais fortes", revela Onassis.

Já o gerente de equipamentos culturais da FGM, Chicco Assis, destaca que a criação dos Cineclubes Boca de Brasa é uma grande oportunidade para que as comunidades da Lagoa da Paixão e de Vista Alegre tenham acesso à produção audiovisual daqui e de outros lugares. “Nas oficinas que estão sendo realizadas nestes espaços, estamos trabalhando o tema 'Retratos de Identidades'. O documentário ‘Axé’ traz à tona justamente uma importante nuance das identidades musicais soteropolitanas – a axé music”, pontua.

História - O projeto Boca de Brasa é uma iniciativa da Prefeitura, através da FGM, órgão vinculado à Secretaria Municipal de Cultura e Turismo (Secult). O nome faz referência a um dos apelidos do poeta Gregório de Mattos, que dá nome à instituição responsável por desenvolver as políticas culturais municipais.

Criado em 1986, o projeto Boca de Brasa visa fomentar a cultura na periferia, com foco na promoção da cidadania, por meio do incentivo às manifestações artísticas dos bairros da capital baiana. Em 2013, a ação recebeu um novo formato, com oficinas gratuitas de diferentes áreas artísticas, bem como formação de gestores. Até 2016, foram realizadas 21 edições, com público total de 42 mil pessoas, 120 oficinas realizadas e 2.300 agentes culturais atendidos em 20 bairros.

Em 2017, a FGM lançou o edital Espaços Culturais Boca de Brasa, concedendo aporte financeiro a três propostas voltadas ao aprimoramento, dinamização e/ou ampliação das atividades artístico-culturais desenvolvidas em espaços culturais já existentes. Em 2018, foi a vez da construção e inauguração dos espaços Boca de Brasa - Subúrbio 360, em Vista Alegre, e CEU Valéria, em Valéria. Nestas estruturas, são desenvolvidas oficinas e diversas atividades artísticas e culturais gratuitas, como o Cine Clube Boca de Brasa, os Diálogos Boca de Brasa e o Palco Aberto.