Cultura

CRÔNICA: O Brasil dirigido de dentro da cadeia por Jolivaldo Freitas

Escritor e jornalista: Jolivaldo.freitas@yahoo.com.br
Jolivaldo Freitas ,  Salvador | 14/09/2018 às 10:42
Em quem votar?
Foto:

Vamos lá. Uns 19 réus e mais um punhado de dúzia de acusados pela Lava Jato, PGU e tnatas instituições de Justiça disputam estas eleições. E, pasme, boa parte está mesmo seguindo bem, conforme as pesquisas e a vontade popular. Nada demais se levarmos em conta que nosso belo país tropical, de águas claras, céu azul, praias mansas e céu de brigadeiro – ou seria de capitão? –, hoje é dominado e gerido mesmo, mesmíssimo de dentro dos presídios. Eles mandam de lá e a gente obedecendo de cá; não fará nenhuma diferença.

Se os bandidos amadores podem, muito mais podem os bandidos profissionais que são os políticos azuis, vermelhos e brancos, amarelos, verdes... Parte dos bandidos de calção e rider ou havaiana, determinar a morte dos adversários, daqueles que devem ao contrabandista, mandar roubar carga, distribuir pó e maconha, cigarro contrabandeado e distribuir seus potentes fuzis somente usando um telefone, porque os políticos não podem fazer o mesmo, pois se são eles culpados pela morte nas filas do SUS, nas ruas, nas escolas na fila da aposentadoria e nas feiras.

Para o país será até mais barato ter um presidente, governadores, senadores e deputados atuando de dentro da cadeia que usando apartamento funcional, mansões em Brasília, com 100 assessores, cinco amantes, quatros motoristas, 20 seguranças. Excetuando-se as amantes, que só poderão aparecer de 15 em 15 dias, o restante já tem lá mesmo na prisão. E, como são bandidos profissionais saberão formar um ministério atuante e operante.

Fico a pensar o seguinte: se os políticos-bandidos estão na Lava Jato, na cadeia ou agindo e mesmo assim conseguem altos índices de popularidade com as intenções de votos e baixa rejeição, qual será o perfil do brasileiro? São bobos alegres?; comparsas?; colegas? Ou “sabem nada inocente! ”. Não acho que haja inocente no Brasil de tanta malandragem, cantada, falada, em prosa e em verso e nas canções.

Imaginemos um cenário que agora não existe mais. Se Lula fosse candidato (coisa que a Justiça Eleitoral já cortou pela raiz) como seria ele governar o país de dentro da cadeia da PF, pois nem ele teria como dar um indulto para si mesmo? Mas saiu Lula a entrou Haddad e o petista está na mira pois é alvo de processo na Justiça Eleitoral de São Paulo. Se ganhar vai dirigir da Papuda. No Congresso busca a renovação do mandato, um Edison Lobão que está encalacrado até o uivo. E Renan Calheiros que é apontado pela PGU como partícipe do chamado “quadrilhão” do MDB. Tem também Benedito de Lira (PP) na mesma situação.

Está achando pouco, então lembre que o ex-presidente e senador Fernando Collor (PTC) é candidato a governador por Alagoas e réu acusado de corrupção, lavagem e organização criminosa. Jader Barbalho (MDB), denunciado sob suspeita no caso do “quadrilhão” do MDB assim como Ciro Nogueira (PP). Está pensando que Geraldo Alckmin é anjo? Está sendo acusado de improbidade pelo Ministério Público de São Paulo. Até José Maria Eymael com aquele linho apertado e jeito de anjo é investigado, pois foi dedurado pelo pessoal da Odebrecht.

Ciro Gomes foi acusado por assessores de estar até o pescoço envolvido numa tal de chantagem de empresas lá pelo Ceará, coisa que nega, mas que foi mostrado por revistas nacionais e até agora a única coisa que fez foi vociferar. Se for confirmado vira reéu e condenado – caso ganhe a eleição – também dirige o Brasil de dentro das grades. Bolsonaro não está na Lava Jato mas tem o caso da funcionária-fantasma ou sabe-se lá o quê.

Por aqui tem – a Bahia não podia ficar de fora – temos nosso envergonhador-mor Lúcio Vieira Lima, com seus tiques nervosos e investigado por caixa dois e outros segredos guardados nas malas da memória. Seu irmão Geddel preferiu não sair candidato o que é uma perda para o time que vai mandar no país de dentro da cadeia, pois em quem você votar vai ter as digitais em alguma coisa. Já que política no Brasil faz com que o político coma e se lambuze. Agora, pergunte ao eleitor que pretende votar nesses candidatos se estão fazendo errado? A desculpa – que foi criada pelos defensores de Lula, virou mantra no PT e foi assimilada pelos outros partidos desleais à Nação – é: “A Justiça não tem provas”. 
Pois então caros eleitores sem noção: Bata-me um abacate!

Ou como diria o sarcástico jornalista baiano Ary Coelho, meu amigo lá do Rodin: “A gente se lenhamos”.