Cultura

CINEMA: O jovem Karl Marx dirigido pelo haitiano Raoul Peck

Filme lembra a trajetória de Marx
Diogo Berni , da redação em Salvador | 23/06/2018 às 09:31
Jovem Karl Mafx
Foto:
O Jovem Karl Marx, dirigido pelo haitiano Raoul Peck,e  co-escrito por Raoul Peck e Pascal Bonitzer, e estrelado por August Diehl, Reino Unido, 2017 . Impressionou-me a biografia deste gênio por essa obra apoiar-se, ou se alimentasse, da história do surgimento da revolução industrial, na Inglaterra. 

Foi Marx que em uma viagem de Moscou para Londres, viu a instalação do princípio de um regime escravocrata, logo no início do surgimento da revolução industrial. Marx: amigo de um inglês, filho que não concordava com as atitudes e decisões de um dos empresários fundadores das primeiras fábricas tecelãs londrinas; Marx meio que consegue freiar o movimento a fim de conseguir o mínimo de condições trabalhistas possíveis para aqueles ingleses e inglesas pobres que se embrenhavam em um tipo de regime de trabalho inovador e revolucionário, para época. 

Nas brechas que os empresários , e eram muitas essas,  “deixavam” para que Karl Marx dissesse: “ Assim também é demais, não pode ser, tem de respeitar os direitos dos empregados antes de só olharem para o lucro”.

 De certa maneira Marx foi o pai dos pais dos direitos trabalhistas, estes que se aprofundaram em 1969 , na França. Entretanto a biografia de Karl Marx inicia-se na Rússia, seu país de origem. Tratando-se do sujeito em si , podemos afirmar que era o “casquinha do casquinha”, porém um super leitor e insuperável no xadrez. 

Ou seja: do seu modo, Marx, comprando sempre os charutos e bebidas mais baratas e com mulher e uma penca de filhos para sustentar, ele consegue prestígio por inovar as questões comerciais da sua época, embora não seja exatamente um exímio admirador do comercio livre, muito pelo contrário. 

Para Marx a Rússia e o mundo deveriam seguir a cartilha do bom socialismo, ou seja, plante uma beterrada que eu planto uma mandioca e assim todos trocam suas plantações e vivem felizes para sempre. 

Então é aí que entra o Reino Unido e diz: “Nada desse troca-troca, o esquema agora é fazer as coisas em grande escala com a maquinaria que conseguimos inventar até o momento”. Para os ingleses a evolução era fazer um muito de tudo ao mesmo tempo agora , e assim surgiu o capitalismo: sistema qual nos impera nos dias de hoje, ainda. 

O filme, de forma sucinta, descreve o anseio do jovem Karl Marx em tentar freiar os meandros do capitalismo, e até com certo êxito , escreveria, porém o seu desenvolvimento ao longo dos séculos nem ele e nem ninguém conseguiu freiar, fora uma China(com câmbio flutuante, ou seja comunista entre aspas) ou uma Correia do Norte que pouco significa se compararmos todo o resto dos países do mundo. Este ano faz-se cem anos da revolução russa, iniciada por um jovem que era tido como louco para a maioria da época: o próprio Karl Marx.

 Belíssimo filme que faz entendermos um pouco mais o mundo rápido e louco que hoje vivemos.