Cultura

Os melhores do Netflix: Faça sua lista a partir de hoje, NARA FRANCO

"ET - O extraterrestre". Uma criança de hoje em dia, criada com tablets e Iphones, pode não entender o que foi ET em 1982 e achar o filme bobo demais
Nara Franco , da redação em Salvador | 17/08/2017 às 16:59
ET está em sexto lugar na lista
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Acabo de conferir a lista dos 100 melhores filmes disponíveis na Netflix. Como amo cinema, decidi ajuda-lo(a) caro(a) leitor(ana difícil tarefa de escolher um filme no canal de streaming durante as próximas semanas. 

Eu sofro muito para escolher qualquer coisa quando há muitas opções. Por conta disso, quando decido ver um filme na Netflix preciso começar o processo de escolha com antecedência. Diante de tantos título,  fico horas e mais horas passando as opções e lendo sinopses (que por sinal são bem ruins). Até que chega aquele momento em que desisto ou acabo vendo o óbvio porque já não consigo escolher. 

A revista americana Time Out selecionou as preciosidades disponíveis e vou garimpa-las para vocês todas as quinta-feiras, que já é quase um começo de fim de semana. Não colocarei a lista na ordem criada, pois no caso de alguns filmes citados eu preciso rever ou ver. Acredito que tendo esse guia tudo ficará mais fácil. 

Para facilitar a vida de vocês, cito agora cinco filmes que você deve evitar ou ver. As opiniões aqui colocadas são estritamente pessoais. Posso dizer que um filme é ruim e você acha-lo incrível e vice-versa. E é justamente isso que torna a arte, arte. 

Vamos lá?

A Timeout coloca em segundo lugar "Mulholland Drive", filme de 2001, dirigido por David Lynch. Eu não recomendo. O filme é enorme, chato, quase incompreensível. É como ver "Veludo Azul" duas vezes. Lynch é um cineasta controverso. Ame-o ou deixe-o. Eu prefiro mil vezes rever "Twin Peaks", a série revolucionária dirigida por ele que vi na adolescência. Até hoje uma obra prima e também disponível na Netflix. "Mulholland Drive" narra o atribulado romance entre duas mulheres em uma Los Angeles de clima noir. Como todo filme de David Lynch, conta com personagens esquisitos e uma história muito pouco linear. Não me agradou. 

"Boyhood - Da infância à juventude" é o terceiro da lista. Lançado em 2014, rendeu à atriz Patricia Arquette o Oscar de Melhor Atriz Coadjuvante. É um filme denso, reflexivo, filmado por 12 anos. O diretor Richard Linklater acompanhou o crescimento do ator Ellar Coltrane, que começa o filme como uma criança e termina como um jovem introspectivo e sensivel. É como um road-movie sem estrada. O drama acompanha as mudanças na vida de uma família de classe média americana. Ellar é filho de pais separados e passa pelos altos baixos do caminho sem volta rumo ao mundo adulto, enquanto seus pais reencontram suas vidas. São 3 horas de filme, que recomendo. Então prepare muita pipoca e acompanhe essa belíssima história. 

Para quem gosta de clássicos dos anos 50, "Sunset Boulevard" ou "Crepúsculo dos Deuses", de 1950, é um dos melhores filmes já feitos em Hollywood. Dirigido por Billy Wilder, acompanha a trajetória de uma atriz decadente que não aceita o ocaso. Gloria Swason tem atuação magistral e a direção de Wilder é inovadora. É um típico noir americano, carregado nos tons cinza e que, claro, começa com um assassinato. Fique de olho na cena final, icônica para o cinema. 

Em sexto lugar, "ET - O extraterrestre". Uma criança de hoje em dia, criada com tablets e Iphones, pode não entender o que foi ET em 1982 e achar o filme bobo demais. Mas para quem, como eu, que vi o filme pela primeira vez sentada no chão do cinema, ET nunca perderá a majestade. A trilha de John Williams cria um clima de fantasia para a história do ET que vem parar na Terra e acaba se tornando amigo de um grupo de crianças, que o salvam e o mandam para casa (ET go home!). Nem preciso falar da cena da bicicleta, né? É um dos melhores momento do diretor Steven Spielberg no cinema. Se você tem uma criança em casa, faça-a ver o filme. É uma aula de sensibilidade e humor. 

Jornalistas têm obrigação de assistir à "Spotlight - Segredos revelados" (2015). Mas se você gosta de uma boa história de investigação e não é jornalista, esse é o filme certo. Ganhador do Oscar de Melhor Filme, Spotlight é a divisão especial de um jornal de Boston, que acaba investigando casos de pedofolia de padres da cidade. É baseado em uma história real e uma lição de apuração. O trabalho do elenco é sensacional, com destaque para Mark Ruffalo, que interpreta o típico repórter: aquele cara chato e insistente que vai atrás de uma boa história custe o que custar. Filme essencial. Básico, mas muito bom. 

Nos vemos semana que vem!