Cultura

Concurso de máscaras marcou o Carnaval 'europeu' de Maragogipe

Com informações do IPAC
Da Redação , Salvador | 02/03/2017 às 11:13
Máscaras no modelo Veneza
Foto: Júnior Major

 
A tradicional ‘Passarela dos Mascarados’, na praça de mesmo nome, na cidade de Maragojipe, distante 142 km de Salvador, voltou a ser ocupada por mascarados e foliões com fantasias criativas produzidas por costureiras e artesãos experientes. A festa integra o programa ‘Outros Carnavais’ da Secretaria de Cultura (SecultBA) e foi registrada como Bem Imaterial pelo Instituto do Patrimônio Artístico e Cultural (IPAC) desde 2009. O IPAC também repassou recursos para apoiar os festejos deste ano que aconteceram de sábado (25) até terça-feira (28).
 
“Já ganhei o 1º lugar nas categorias luxo e estilista com fantasias de espanholas”, relata a costureira Antônia Carneiro, que produz roupas carnavalescas há mais de 30 anos. Os trajes têm influências europeias – francesas e italianas – fazendo releituras de personagens da ‘Commedia dell'Arte’ (século XVIII), das ‘caretas’ da década de 1970 na Bahia, mas também com inclusões contemporâneas típicas da globalização, como as máscaras de personalidades, artistas e até políticos.
 
TECIDOS e MÁSCARAS – “Costumo cortar os tecidos durante a noite e confecciono a fantasia de dia com equipe de dez a vinte pessoas”, relata a costureira. Ela leva 30 dias para confeccionar as roupas, cobrando R$ 30 para uma fantasia de Pierrot e R$ 60 para uma Colombina. O interessado fornece o tecido e ela assume a mão de obra. “O prazer é ver nossa roupa em desfile nas ruas e no concurso”, comemora Antônia.
 
Já o artesão Raimundo Barbosa, mais conhecido como ‘Bafão’, confecciona máscaras com chifres de espumas e tecidos por 30 anos. “Aprendi a fazer a partir do modelo de mascarado tradicional, o ‘Boronga’, que já faleceu”, diz Barbosa. Ele dispõe de um ateliê próprio e também vende na rua, com saída de 80 máscaras durante quatro dias de carnaval. “Em Maragojipe existem outros dez fabricantes de máscaras tradicionais”, diz Barbosa.
 
FINANCIAMENTO e LIVRO – De acordo com o diretor geral do IPAC, João Carlos de Oliveira, ao serem registradas como Patrimônios Imateriais, essas festas passam ter prioridade nas linhas de financiamento, sejam elas municipais, estaduais ou federais. “Mas o bem cultural só existe se a comunidade o reconhece como um ato de reafirmação da identidade e cultura local”, explica João Carlos. O IPAC publicou livro sobre o tema, para download: http://www.ipac.ba.gov.br/publicacoes-para-download/cadernos.
 
Representando o governo estadual na festa, o assessor institucional do IPAC, André Reis, destaca a importância de apoio às comunidades do interior. “E na segunda-feira (27) ainda tivemos a participação do Núcleo de Ópera da Bahia (NOP)”, comenta.  O IPAC apoia o NOP que terá programação de ensaios e apresentações no Palácio da Aclamação, espaço do instituto, integrando o Projeto de Dinamização de Espaços/IPAC que administra ainda o Passeio Público, largos e praças no Pelourinho, além dos museus estaduais (www.ipac.ba.gov.br/museus). Conheça o projeto: https://goo.gl/CQqCx8. Assista vídeo sobre os museus: http://goo.gl/Hjxtkc. Fique informado: www.ipac.ba.gov.br, facebook ‘Ipacba Patrimônio’, instagram ‘@ipac.patrimônio’ e twitter ‘@ipac_ba’.