Cultura

CIDADE DO MÉXICO: A Casa Azul e o universo íntimo de Frida Kahlo (TF)

Seu Museu (a Casa Azul) foi fundado em 1958 e recebe, hoje, mais de 30 mil visitantes ao Mês
Tasso Franco , da redação em Salvador | 21/04/2014 às 12:10
Modelitos usados por Frida e que se tornaram uma referência para milhares de admiradoras
Foto: BJÁ
   Emoção forte conhecer a casa azul, a Casona de Coyacán, onde nasceu e morreu Frida Kahlo. a artista latinoamericana mais conhecida no mundo. A casa é um museu desde 1958, quatro anos depois da morte da pintora, hoje, um dos 220 museus da Cidade do México mais visitados, entre 30 mil a 35 mil pessoas ao mês, 70% deles de estrangeiros.

   Estivemos na Casona de Coyacán, um dos bairros mais bonitos e antigos da Cidade do México no último sábado e passamos 1h30minutos na fila para ingressar no local, pagando 160 pesos (app. R$30,00) mas valeu a pena. E como valeu. 

   Para quem aprecia cultura e conhece a vida de Frida, no Brasil já com exposições e documentários, vê de perto as obras e os objetos da casa, as mesas, as camas, os quadros, as esculturas, as peças da cozinha, o ateliê da artista, as muletas, demais.

   A chamada Casa Azul (toda fachada e laterais da casa são pintadas de azul escuro e a parte interna dos jardins) é o lugar onde os objetos pessoais da artista, o grande amor de Diego Riveira (e vice-versa) revelam seu universo íntimo, seu amor à arte, sua devoção ao marxismo (na cabeceira de sua cama permanencem os retratos de Lenin, Stalin e Mao Tse Tung) e o toque de classe em todos os locais.

   Em cada canto que se entra uma nova emoção. Diria que o mais chocante é chegar ao seu quarto e vê a cama, uma representação da artista deitada (só a cabeça coberta com um chale) e suas muletas. Noutro ambiente, o seu ateliê com a cadeira de rodas (a artista sofreu um acidente de bonde que a deixou paralítica) e as obras Viva a La Vida (1954), retrato de mi padre Wilhem Kahlo (1952) e Frida e la Cesarea (1931).

   Na Casa Azul viveu Diego Rivera por largas temporadas. O muralista foi quem comprou a casa ao pagar as hipotecas da familia Kahlo, endividada com gastos médicos gerados por Frida depois do acidente. A Casona data de 1904 e tinha uma grande dimensão, hoje, num espaço de área construida de 800 metros quadrados para um terreno de 1.200 metros quadrados.

   AS VESTIMENTAS

    Frida tinha um estilo próprio de se vestir hoje copiado por centenas de mexicanas e também por gente de todo mundo. As peças de suas roupas são um dos pontos mais visitados pelos estrangeiros na casona e as mulheres ficam admiradas, pasmas, com o estilo peculiar de Frida.

   Os colares, as tiaras, as batas coloridas, os vestidos de noiva, nossa, são admiráveis. 

   Todos os objetos da artistas são expostos com toda dimensão até mesmo as armaduras de couro para mantê-la ereta sentada na cadeira de rodas, as botas, os aparelhos ortopédicos da época. Frida nasceu em 1907 e morreu em 1954.

    Ainda jovem sofreu sofreu um grave acidente. Um bonde, no qual viajava, chocou-se com um trem. O pára-choque de um dos veículos perfurou-lhe as costas, atravessou sua pélvis e saiu pela vagina, causando uma grave hemorragia. Frida ficou muitos meses entre a vida e a morte no hospital, teve que operar diversas partes e reconstruir por inteiro seu corpo, que estava todo perfurado. 

   Tal acidente obrigou-a a usar coletes ortopédicos de diversos materiais, e ela chegou a pintar alguns deles (como o colete de gesso da tela intitulada A Coluna Partida').

   Casou-se duas vezes com Diego Rivera que a traiu com a irmã. Teve brigas homéricas com o muralista e nunca teve filhos que tanto desejava diante do acidente. Sofreu muito, a dor fisica do acidente, e do amor. (TF)